Um teatro de falsidades nos corredores da Fiesp

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Cenário: corredor de um dos andares da sede da Fiesp, em frente aos elevadores. Protagonistas: dois dirigentes de sindicatos da indústria filiados à entidade. Ambos dialogam em tom de cochicho, com expressão de descontentamento. Um deles atende pelo nome de “Renovação”; o outro, de “Basta”. Tem início a trama:

 
Renovação: Não sei como será daqui para a frente. O Paulo (Skaf) saiu para o tudo ou nada.

 
Basta: Ele foi irresponsável, ao não medir o quanto o seu interesse político poderia contrariar o da Fiesp.

 
Renovação: Não tem outro nome: traição! Ele apunhalou o Michel Temer, que lhe deu a ficha de filiação no PMDB. Deu também uma rasteira no Baleia Rossi, um dos herdeiros do espólio político do Orestes Quércia.

Basta: Paulo tinha de ter dado palanque para a Dilma. Até por gratidão aos seus apoiadores de primeira hora.

 
Renovação: Sabe qual é a justificativa dele para a aleivosia? A pregação do Duda Mendonça. Segundo o Paulo, o Duda disse que, se ele se associasse ao PT, estaria com a candidatura morta.

 
Basta: Será? Eu acho que o Paulo quer sempre colocar a culpa nos outros.

 
Renovação: Não dá para entender também a violência contra o Alckmin. O Paulo fez uma campanha com ataques ainda piores do que os da Dilma contra a Marina. Um presidente da Fiesp tem de pensar que a entidade não pode dinamitar pontes.

 
Basta: Ele já entrou derrotado na eleição. Foi um ato de vaidade pura. Ainda no primeiro turno mais de 70% dos prefeitos presentes a um jantar organizado pelo Marcelo Barbieri (prefeito de Araraquara) declararam apoio ao Alckmin.

 
Renovação: Ele agora volta para a Fiesp derrotado e querendo arrotar liderança.

 
Basta: Ele não fala nem com o governador de São Paulo. Imagina a presidente da República.

 
Renovação: Você sabe que ele, mesmo com todas essas desfeitas, começou uma sondagem junto à diretoria para prorrogar o seu mandato, que termina em setembro do ano que vem.

 
Basta: Isso é golpe branco!

 
Renovação: E o pior é que ele sondou os advogados da Fiesp, que disseram não ser necessário mudar o estatuto para dobrar a gestão.

 
Basta: Nós temos de trazer à tona os gastos da campanha, bancados indiretamente pelo Sesi e pelo Senai.

 
Renovação: Só eu contei mais de 50 pessoas da Fiesp alocadas para comunicação e marketing.

 
Basta: Olha, eu vou te contar uma de cocheira. Essa situação já foi objeto de uma conversa no alto escalão do Palácio do Planalto. A pergunta é como dialogar com alguém que se recusou a dividir o palanque e tem uma liderança duvidosa e contestada pelo empresariado.

 
Renovação: Temos que buscar uma alternativa, um nome novo, alguém, por exemplo, como o Josué (Gomes da Silva). Se ele não for ministro, é uma ótima solução. Ele saiu da eleição com mais de 40% dos votos.

 
Basta: Fora, Skaf!

 
Pano rápido.

 

Fonte:  IG Relatório Reservado



 

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