“Dólar forte é sempre um problema”, afirma Campos Neto

O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, alertou que um cenário com dólar forte “é sempre um problema”, podendo gerar reação de bancos centrais pelo mundo. No entanto, ponderou que a situação tem sido melhor no caso do Brasil.

“O dólar mais alto é uma consequência das taxas de juros nos Estados Unidos ficarem mais tempo altas. No caso do Brasil, o dólar é flutuante, mas entendo que temos uma situação diferente, pois nossas contas externas são muito fortes, temos melhorado a balança comercial, estamos exportando petróleo, alimentos, batendo recordes. Nossa posição externa é diferente”, disse nesta quinta-feira (18/4), em coletiva de imprensa após reunião da trilha de finanças do G20 em Washington, nos Estados Unidos.

A moeda americana tem ganhado força diante das expectativas de que os EUA vão demorar mais para iniciar seu ciclo de cortes de juros. O banqueiro reiterou que o BC só intervém no mercado de câmbio quando detecta problemas no funcionamento do mercado, e não age contra questões que entende como estruturais.

“Nós achamos que se você intervir contra algo que é estrutural, o que você faz é criar distorção em outras variáveis macroeconômicas. O câmbio flutuante serve um bom propósito porque é um absorvedor de choques”, avaliou ao justificar a falta de intervenção por parte da autoridade monetária nesse mercado.

Ao lado do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, Campos Neto evitou falar sobre a mudança da meta fiscal e alertou para a falta de liquidez em países de baixa renda e crédito privado.

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