Fundo eleitoral pode cair para R$ 2,5 bilhões após pressão do governo

FundoEleitoral

Presidente sinalizou que vetaria proposta de destinar R$ 3,8 bilhões para custear eleições de 2020; PP e PL ainda resistem à mudança

Pressionados pelo governo, que sinalizou veto ao fundo eleitoral de R$ 3,8 bilhões, líderes do Congresso já admitem reduzir a verba para R$ 2,5 bilhões. Em reunião nesta terça-feira, 10, para fechar acordo sobre votações no Legislativo até o fim do ano, os parlamentares ouviram que o novo valor não enfrentaria resistência do presidente Jair Bolsonaro.

Deputados avisaram que aceitam o acordo caso recebam uma garantia pública de que o presidente não vetará o fundo. Partidos como PP e PL ainda resistiam à mudança. No fim da noite, Bolsonaro afirmou que não mandou recado ao Congresso e que não falou sobre o assunto. O Estado, no entanto, confirmou a informação com líderes das Casas.

Embora a proposta de R$ 2,5 bilhões seja inferior ao que foi planejado pelo deputado Domingos Neto (PSD-CE), relator do Orçamento, na semana passada, ainda é maior do que a verba destinada às campanhas eleitorais em 2018: R$ 1,7 bilhão.

Após a divulgação do relatório parcial do Orçamento, o líder do governo no Senado, Fernando Bezerra (MDB-PE), afirmou à revista eletrônica Crusoé que o governo não garantia a aprovação e sanção do aumento do fundo para R$ 3,8 bilhões. “Se for para R$ 3,8 bilhões, deve ser vetado”, afirmou Bezerra.

Coube ao próprio Bezerra costurar um novo acordo ontem com os líderes dos 13 partidos que assinaram o ofício encaminhado a Domingos Neto, pedindo um fundo com mais recursos para as eleições do ano que vem. O ministro-chefe da Secretaria de Governo, Luiz Eduardo Ramos, foi ao Congresso nesta terça-feira conversar com parlamentares sobre o fundo.

O valor de R$ 3,8 bilhões destinados a campanhas eleitorais teve o apoio de PP, MDB, PTB, PT, PSL, PL, PSD, PSB, Republicanos, PSDB, PDT, DEM e Solidariedade. Juntos, esses partidos representam 430 dos 513 deputados e 61 dos 81 senadores.

A avaliação de líderes ouvidos pelo Estado é a de que é melhor ter “um pássaro na mão do que dois voando”, demonstrando apoio ao fundo de R$ 2,5 bilhões. Procurado, o relator não quis comentar o acordo firmado entre as lideranças.

O fundo eleitoral é abastecido com dinheiro do Tesouro e se destina ao financiamento das campanhas políticas. Ele foi criado em 2017 para compensar as perdas impostas por decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que, dois anos antes, proibiu as doações de pessoas jurídicas para as campanhas eleitorais.

A distribuição da verba para candidatos fica a critério das cúpulas partidárias, que, em geral, privilegiam políticos com mandato. Existe, ainda, o Fundo Partidário, que banca atividades do dia a dia das legendas.

Se a proposta for aceita, será uma importante vitória política do presidente sobre o Congresso. Desde o início da discussão sobre os recursos para as campanhas eleitorais do ano que vem, Bolsonaro e a equipe econômica do ministro Paulo Guedes deixaram claro que não seria possível qualquer mudança nos recursos para as eleições.

O fundo eleitoral é abastecido com dinheiro do Tesouro e se destina ao financiamento das campanhas políticas. Ele foi criado em 2017 para compensar as perdas impostas por decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que, dois anos antes, proibiu as doações de pessoas jurídicas para as campanhas eleitorais.

A distribuição da verba para candidatos fica a critério das cúpulas partidárias, que, em geral, privilegiam políticos com mandato. Existe, ainda, o Fundo Partidário, que banca atividades do dia a dia das legendas.

O valor final do fundo eleitoral ainda precisa ser votado pela Comissão Mista de Orçamento e pelo Congresso.

O relator afirmou que os recursos extras virão da receita adicional aprovada pelos parlamentares, de R$ 7 bilhões, com base no pagamento de dividendos das empresas estatais.

Nesta terça-feira, Congresso manteve o veto de Bolsonaro ao uso do Fundo Partidário para pagamento de multas eleitorais. Com isso, os partidos políticos não poderão usar dinheiro público para pagar sanções que sofrerem por descumprirem a legislação eleitoral.

Os partidos do Centrão na Câmara tentavam derrubar o veto do presidente da República, mas a votação na Câmara não foi suficiente. Com isso, os senadores nem precisaram votar – pela regra, um veto só é derrubado se essa for a decisão nas duas Casas. O veto sobre o tempo em que um candidato é considerado inelegível também foi mantido.

Na minirreforma eleitoral, o Congresso aprovou uma proposta determinando que o Tribunal Superior Eleitoral iria autorizar ou não um candidato concorrer levando em conta a data da posse do cargo, e não a data do registro da candidatura como é hoje. O dispositivo, vetado por Bolsonaro, poderia abrir margem para que candidatos enquadrados na Lei da Ficha Limpa por condenações criminais, por exemplo, pudessem concorrer e ser eleitos.

Fonte: Estadão

Com freio nos concursos e aposentadoria recorde, União perde 24 mil servidores

Fila em posto do INSS

Estimativa é que o Executivo federal feche o ano com 613 mil funcionários com menor contratação desde 2001

O governo fechará 2019 com o menor número de contratações de servidores em quase duas décadas. Até outubro, 9.784 funcionários haviam entrado no Executivo federal por meio de concurso público, segundo o levantamento mais recente do Ministério da Economia. Nesse ritmo, o total de ingressos este ano deve ser o mais baixo desde 2001.

O número de servidores na ativa encolheu bem mais por causa do recorde no número de aposentadorias às vésperas da reforma da Previdência, promulgada no mês passado. Só nos primeiros dez meses do ano, foram 33.848. Assim, o saldo entre entradas e saídas de funcionários no Executivo federal está negativo em cerca de 24 mil trabalhadores este ano.

Em dezembro de 2018, havia 630 mil. A estimativa do governo é que o quadro de servidores ativos feche o ano em no máximo 613 mil com o menor ritmo de convocação de concursados de seleções já realizadas ainda válidas.

Os dados compilados pelo GLOBO revelam o resultado da política de enxugamento do serviço público capitaneada pelo ministro da Economia, Paulo Guedes. Para especialistas, a baixa reposição é importante para racionalizar gastos com pessoal. Entidades ligadas aos servidores alertam, no entanto, para o risco de comprometimento dos serviços prestados à população.

Em 2018, a União nomeou 13.360 novos servidores. Para alcançar esse patamar este ano, precisaria contratar mais de 3.500 funcionários até dezembro. Isso significaria quase dobrar o volume mensal de ingressos registrado até agora. Não é o que o governo pretende.

Segundo o secretário de Gestão e Desempenho de Pessoal do Ministério da Economia, Wagner Lenhart, o plano é apostar em digitalização de serviços, remanejamentos, reformulação de carreiras e terceirização, com a contratação de mais funcionários temporários, para conter o peso da folha nas contas públicas:

— É um trabalho de ganho de eficiência e produtividade, uma mudança de perfil de profissional e também, como é de conhecimento de todos, consequência de uma restrição orçamentária que faz com que a gente tenha um cuidado ainda maior na hora de fazer contratações ou nomeações.

Queda de 50% até 2030

O freio na contratação é uma das ações recomendadas por especialistas para reequilibrar o Orçamento. Há duas semanas, a Instituição Fiscal Independente (IFI), ligada ao Senado, projetou que o governo pode reduzir pela metade o total de servidores ativos, para 383 mil, se não repuser nenhum aposentado até 2030.

O órgão que mais perdeu gente em 2019 foi o INSS, que concede aposentadorias e outros benefícios a trabalhadores do setor privado. Até a última quinta-feira, 6.006 funcionários do órgão haviam se aposentado e só três haviam sido contratados. As saídas no instituto respondem por quase 20% de todas as baixas no funcionalismo federal neste ano. Com a debandada, o quadro de servidores na autarquia caiu de 29 mil para 23 mil.

Para evitar um apagão, o INSS recorreu à digitalização de serviços e remanejamento de pessoal dentro do próprio órgão. Hoje, dos 96 serviços prestados pelo órgão, 90 podem ser feitos pela internet ou pelo telefone. O número de funcionários dedicados apenas aos processos de pedido de benefício saltou de 2.751 para 6.686, mesmo com a redução no quadro geral. Isso foi possível com a redução do pessoal em áreas menos essenciais, como a administrativa. Não faltam queixas dos usuários, mas Renato Vieira, presidente do INSS, diz que essa transformação está aumentando a produtividade do órgão. Em outubro, foram decididos 977 mil pedidos de benefício, 49% a mais que os 655 mil processados em janeiro.

— Ninguém pode imaginar que, com menos servidores, a qualidade do serviço permaneça igual se nenhuma medida for tomada — diz Vieira.

Sindicatos criticam

A falta de contratações em outras áreas preocupa sindicatos ligados ao funcionalismo federal. Segundo Kléber Cabral, presidente do Sindifisco, que representa auditores da Receita Federal, o último concurso público para o órgão foi realizado em 2014.

— Em 2007, éramos 12 mil auditores fiscais. Hoje, pouco mais de 8 mil. A Receita está fechando unidades, delegacias e agências, não apenas por questões de restrição orçamentária, mas também por falta de pessoal. A galinha dos ovos de ouro vai acabar morrendo de fome — critica.

Maurício Porto, presidente do Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais Federais Agropecuários (Anffa), reclama da dificuldade de convocação dos concursados aprovados em 2017. A seleção habilitou 547 candidatos, dos quais 247 foram para um cadastro de reservas. No último dia 21 de novembro, o Ministério da Agricultura recebeu autorização para nomear 100 desses aprovados, mas a categoria considera a reposição insuficiente.

— Hoje temos 2,5 mil fiscais em atuação, e o ideal seria 4 mil. É uma situação bastante crítica e um limitante para o crescimento do agronegócio e das exportações brasileiras — argumenta Porto.

Procurada, a Receita informou que a decisão sobre concursos cabe ao Ministério da Economia. A pasta disse que novos concursos estão suspensos e que a prestação de serviços à população não será prejudicada. O Ministério da Agricultura não respondeu.

Na avaliação do economista Raul Velloso, especialista em contas públicas, há espaço para cortes no funcionalismo e redução de gastos. O impacto fiscal de aposentados é baixo, porque eles continuam na folha de pagamento como inativos, mas a redução dos concursos tem efeito no longo prazo.

— Existe um trabalho para reduzir (o quadro) sem perder eficiência. A sensação é de que tem muita gente sobrando — diz Velloso.

Uma portaria editada pelo governo em julho do ano passado flexibilizou as regras para transferências de funcionários entre órgãos e estatais, liberando os deslocamentos sem a necessidade do aval do órgão de origem do funcionário. Para Lenhart, da secretaria de Gestão, todas as medidas de contenção da folha têm como objetivo reforçar uma mudança de cultura no funcionalismo:

— Havia uma cultura de olhar para a trás e não para a frente quando vai fazer concurso público. Se tinha uma carreira com 600 vagas e 200 saem, a tradição era pedir mais 200. Só que isso não significa que você vai conseguir atender aos desafios do futuro.

Impacto nos ‘concurseiros’

A política do governo de reduzir a folha de pessoal deve causar incerteza para quem está no chamado cadastro de reserva dos concursos. A contratação desses candidatos está sujeita a regras mais duras desde março deste ano, quando um decreto limitou os poderes dos órgãos de convocar.

Os concursos têm validade de dois anos, prorrogáveis por mais dois. Os editais determinam o número de vagas a serem preenchidas. Aprovados num concurso de 200 vagas, por exemplo, vão para a reserva a partir da posição 201.

Até março, o Ministério da Economia podia autorizar que órgãos convocassem até 50% mais que o previsto no edital. Agora, só 25%. Mas, segundo o secretário de Gestão, Wagner Lenhart, o plano do governo é não ir além das vagas previstas nos editais, contemplando apenas os que têm direito adquirido. O governo não tem estimativa de quantos estão nas duas situações. Cada órgão tem sua estatística.

A queda no número de contratações já colocou em alerta o mercado voltado para os chamados “concurseiros”. O advogado Marcos Kolbe, sócio de um escritório especializado, diz que a demanda por nomeações na Justiça aumentou:

— O escritório este ano voou. O problema é que existem vagas, mas estão precarizadas com temporários. Hoje, 70% dos processos são sobre isso.

O quadro forçou uma readaptação nos cursinhos. Segundo Arthur Lima, sócio do Direção Concursos, candidatos têm migrado para outras áreas do serviço público, como a Justiça. Ele lembra que seleções como a do INSS, que não ocorreu este ano, costumam atrair até 1 milhão de pessoas:

— Houve de fato diminuição no Executivo federal. O concurseiro precisou olhar para outras oportunidades. Um exemplo foi o concurso do Tribunal Regional Federal da 4ª Região. O número de inscritos na seleção deste ano dobrou em relação ao último, de 2014.

Fonte: O Globo

Bancos iniciam semana de renegociação de dívidas no dia 2, com descontos de até 92%

Renegociação de Dívida 2

Entre os dias 2 e 6 de dezembro, os maiores bancos do país vão promover a Semana de Negociação e Orientação Financeira, organizada pela Federação Brasileiras de Bancos (Febraban) como a primeira ação do acordo de cooperação técnica entre a entidade e o Banco Central (BC), assinado na última quinta-feira (dia 21). Os bancos vão oferecer condições especiais para renegociar dívidas, com descontos de até 92%.

Vão participar da ação o Banco do Brasil (BB), Banrisul, Bradesco, Caixa Econômica Federal, Itaú e Santander, com 329 agências bancárias em todo o país abertas até as 20h para oferecer orientação financeira, conteúdo para administrar o orçamento pessoal e possibilidade de negociar dívidas em atraso.

— Cada instituição terá sua política própria de renegociação, mas há o compromisso de que, durante a semana, haverá condições especiais de negociação, com o objetivo de se chegar a acordos sustentáveis e resgatar a capacidade financeira do consumidor — afirmou o diretor de Autorregulação da Febraban, Amaury Oliva.

A negociação ainda poderá ser feita nas agências desses bancos localizadas em todo território nacional, no horário normal de funcionamento, nos canais digitais das instituições financeiras e pela plataforma consumidor.gov.br.

Nos canais digitais, também participarão da inciativa o Banco Votorantim e o Safra. A lista completa das agências participantes e o conteúdo de educação financeira está disponível na página paporetocomfebraban.com.br/negociar.

Segundo o coordenador do MBA em Gestão Financeira da Fundação Getulio Vargas (FGV), Ricardo Teixeira, a oportunidade é boa, e os devedores devem focar em quitar as dívidas. Mas, antes de tudo, é preciso analisar o orçamento e ver qual é o valor máximo que se pode pagar:

— É importante ver o quanto o cliente pode oferecer para chegar com uma proposta de quitação com um grande desconto. Considere usar o 13° salário e qualquer recurso extra. Se não for possível quitar tudo, veja o que é possível quitar com juros maiores e parcele o resto. Mas, para não se enrolar novamente, a dívida não pode ultrapassar 20% de sua renda líquida mensal.

Fonte: Extra

Indústria de carne do Brasil e consumidor pagam mais com exportação maior à China

Pelo Índice de Preços ao Produtor Amplo, da FGV, a carne bovina apareceu entre os destaques em novembro, com alta de 5,26%, dez vezes mais do que o visto em outubro.

O Brasil, maior exportador global de carne bovina, está faturando com a maior demanda da China, mas os consumidores brasileiros estão por tabela pagando mais pelo produto nos açougues, enquanto frigoríficos têm sido pressionados a fazer ofertas recordes por bois nas fazendas.

A fome chinesa para preencher o buraco deixado pela peste suína africana na criação de porcos já é sentida setorialmente nos índices de inflação no Brasil e ainda pressiona margens da maior parte dos frigoríficos do país, segundo especialistas.

Com impulso dos chineses, que elevaram as compras de carne bovina do Brasil em 23,6% de janeiro a outubro, para cerca de 320 mil toneladas, o país exportou 11% mais no período, para 1,47 milhão de toneladas, de acordo com a associação da indústria Abrafrigo.

Além da forte demanda da China após novas habilitações de indústrias de bovinos pelos chineses — que passaram de 16 no início do ano para 40 unidades atualmente, segundo a Abrafrigo–, um dólar em máximas históricas frente ao real também favorece as exportações.

“Estamos no auge da captação desses aumentos de preços, a carne vai continuar subindo e vai impor um desafio para a dona de casa. Quando a carne bovina sobe, outras carnes também sobem, ainda que não houvesse razão para isso, elas sobem pela questão da substituição (do produto)”, disse o economista do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre) André Braz, da Fundação Getulio Vargas, que acompanha índices inflacionários.

Não fossem poucos os fatores de alta, a proximidade das festas de final de ano gera uma demanda adicional por carnes, há o pagamento da primeira parcela do décimo terceiro neste mês e uma oferta mais restrita de bovinos prontos para o abate.

“A gente já está assistindo sim uma alta forte, tem a ver com sazonalidade, e também com demanda chinesa. Isso gera choque de oferta”, completou Braz, em entrevista à Reuters.

“Com a chegada do décimo terceiro, o consumidor compra mesmo, e este comprar é o sinal verde para aumento de preços. O dever de casa seria comprar menos, mas vai dizer para a pessoa não celebrar o final do ano?”

Pelo Índice de Preços ao Produtor Amplo, da FGV, a carne bovina apareceu entre os destaques em novembro, com alta de 5,26%, dez vezes mais do que o visto em outubro.

“Dá para ver que houve um avanço significativo no preço da carne bovina, já pronta para ir para o açougue”, comentou Braz, sobre a carne mais significativa para a inflação.

Em novembro, Índice de Preços ao Consumidor constatou alta de 6,04% no contrafilé, enquanto em outubro havia subido 2,69%.

“Parte da alta ao produtor é repassada sim, e dado que está subindo ao produtor, a carne vai continuar pressionando inflação em novembro e dezembro…”, disse Braz.

Isso em momento em que o preço da arroba do boi gordo, acompanhado pelo indicador Esalq/B3, atingiu um recorde de 204,05 reais na terça-feira, acumulando alta de 19,54% no mês, segundo o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), que também registrou nesta semana nova máxima histórica para a carcaça bovina na Grande São Paulo, de 13,90 reais/kg.

A inflação no país, no entanto, tem se mantido abaixo do piso da meta oficial para 2019, de 4,25% pelo IPCA com margem de 1,5 ponto percentual para mais ou menos.

E quem não vende à China

“A gente sabia que ocorreria uma maior demanda por boi para abate, mas não nesta magnitude… O número de empresas habilitadas para a China foi muito significativo”, afirmou o presidente da Abrafrigo, Péricles Salazar.

Segundo ele, aqueles frigoríficos que não têm habilitação para a China não conseguem repassar para os seus preços a alta da matéria-prima.

“Margens menores. Tenho recebido a seguinte afirmação: está muito difícil para os frigoríficos que não têm habilitação da China, porque são obrigados a acompanhar o preço do boi daqueles que têm habilitação…”, disse.

Ele acrescentou que aquelas empresas que não têm habilitação para exportar à China, que está pagando melhores preços do que outros destinos, conseguem compensar apenas parte do aumento da arroba bovina, já que o mercado interno também está em alta.

Diante da forte demanda chinesa, ele disse que o setor espera ainda este ano novas habilitações de frigoríficos, após cinco unidades de carne bovina terem sido autorizadas na semana passada, incluindo fábricas da JBS e Marfrig.

Entretanto, ele comentou que o preço da arroba do boi a mais de 200 reais não é sustentável, e o mercado deve recuar em algum momento. Quando, ele disse não saber.

Na avaliação de Braz, da FGV, o preço da carne só vai começar a arrefecer um pouco ao final de janeiro.

“Lá para fevereiro e março a carne começa a devolver uma parte do aumento”, comentou ele, condicionando essa previsão a uma normalidade climática para as pastagens, por exemplo.

Fonte: G1

Quase 90% dos brasileiros pretendem usar 13º salário para quitar dívidas, mostra Anefac

calculo-13-salario

Com tantos brasileiros usando o dinheiro para pagar dívidas, os presentes deste fim de ano devem ficar magros.

Quase 90% dos brasileiros pretendem usar o 13º salário para quitar dívidas. Segundo uma pequisa da Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac), 87% dos entrevistados darão este destino aos recursos – uma fatia um pouco maior que no ano passado, quando esse percentual ficou em 86%.]

“Isto demonstra que a redução da atividade econômica, desemprego maior, taxas de juros elevadas aumentaram o endividamento dos consumidores”, aponta a entidade em nota. Há dez anos, a fatia dos entrevistados que pretendiam usar o 13º para pagar dívidas era de 64%.

Com tantos brasileiros usando o dinheiro para pagar dívidas, os presentes deste fim de ano devem ficar magros. Só 5% dos entrevistados disseram que pretendem usar parte do 13º para comprar presentes. Outros 2% pretendem usar o dinheiro para pagar as despesas de começo de ano, enquanto outros 2% pretendem poupar parte do que sobrará.

A Anefac aponta ainda que 1% quer usar parte dos recursos para compra e reforma da casa, e que 3% já receberam parte ou todo o 13º ao longo do ano, ou fizeram empréstimos em antecipação.

Dívidas e presentes

Entre as dívidas que os brasileiros pretendem pagar com o 13º, as principais são aquelas com cheque especial (45%), cartão de crédito (49%) e financiamento bancário em atraso (3%).

Já os principais presentes que devem receber os recursos são roupas (64%), bens diversos (55%), celulares (53%) e brinquedos (36%).

A pesquisa foi realizada junto a 1.130 consumidores de todas as classes sociais durante o mês de outubro.

Fonte: G1

Programa do Fórum Econômico Mundial quer impulsionar indústria 4.0 no País

worldeconomicforum

A difusão da Internet das Coisas no maquinário industrial brasileiro será o foco principal

O Fórum Econômico Mundial quer disseminar a indústria 4.0 no Brasil. Em parceria com o Ministério da Economia, do governo federal, e com o governo estadual de São Paulo, a organização anunciou nesta quinta-feira, 7, um projeto piloto para impulsionar a Quarta Revolução Industrial nas pequenas e médias empresas (PMEs) brasileiras. A inauguração está planejada para ocorrer em maio de 2020, quando a capital paulista sediará o Fórum Econômico Mundial para a América Latina.

A difusão da Internet das Coisas (de dispositivos inteligentes) no maquinário industrial brasileiro será o foco principal. O objetivo é que diferentes setores, como governos, iniciativa privada, universidades e sociedade civil, colaborem na formulação de soluções e políticas de incentivo industrial. A organização internacional oferecerá suporte financeiro, capacitação de funcionários e colaboração com outras companhias. O projeto irá iniciar com 130 empresas e, até 2021, o número deverá saltar para 2 mil.

O Fórum possui iniciativas similares em países como Estados Unidos, China, Japão, Índia, Colômbia, Emirados Árabes Unidos, Israel, África do Sul e Arábia Saudita. Todos têm como objetivo fomentar a criação de protocolos para tecnologias de rápido desenvolvimento, como veículos autônomos, drones, blockchain. O Brasil será o único a receber um enfoque nas PMEs, que correspondem a 98,5% das companhias do País, e 90% no mundo, segundo dados do Banco Mundial. Justamente por isso, é importante fazer com que as pequenas companhias não sejam esquecidas. “Se elas forem deixadas para trás, existem consequências no emprego e no crescimento econômico de um país”, afirma ao jornal O Estado de S. Paulo Morat Sönmez, diretor do Centro para a Quarta Revolução Industrial, uma rede com 27 países criada em 2017 pelo Fórum Econômico Mundial.

Indústria 4.0 é a mais recente etapa do processo de industrialização do planeta e abrange a automação e digitalização de atividades das empresas, como o uso de robótica, inteligência artificial e Big Data na produção. Alemanha, China, Estados Unidos, Japão e Coreia do Sul lideram a corrida mundial e fazem investimentos na ordem de bilhões de dólares para aumentar a produtividade e eficiência industrial. Até 2020, devem ser gastos quase 1 trilhão de dólares, de acordo com a Deloitte.

No Brasil, no entanto, o conceito é pouco difundido. Pesquisa da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) de março de 2018 aponta que 32% das empresas brasileiras não sabem o que significa indústria 4.0. Além disso, 23% afirmaram que não estão preparadas para enfrentar os desafios postos pela digitalização. O estudo conclui que é possível que o País diminua a sua desvantagem em relação aos outros países ao adotar uma política pública nacional para o setor. Do contrário, pode ser que exista um agravamento dessa distância.

A Embraer é um case de sucesso nacional ao utilizar automação na linha de montagem, que agora é toda digitalizada, sem uso de protótipos, e com monitoramento em tempo real do chão de fábrica. Consequentemente, há uma redução de 25% do tempo de produção da aeronave e, portanto, ganho na eficiência. Sönmez, no entanto, destaca que as empresas grandes não terão dificuldades: “Elas têm o dinheiro e o talento”.

“Se não nos movermos rápido, ficaremos ainda mais para trás”, afirma o diretor do Fórum, apontando que as tecnologias mudam de um dia para o outro. “O governo demora muito tempo para decidir, mas nós não temos mais esse luxo com a Quarta Revolução Industrial.”

Fonte: Época Negócios

Produção industrial tem 2ª alta seguida e cresce 0,3% em setembro

produção industria

No acumulado no ano, entretanto, setor ainda acumula queda de 1,4%. Em 12 meses, apenas 9 das 26 atividades industriais registram alta na produção.

A produção industrial brasileira cresceu 0,3% em setembro, na comparação com agosto, puxada principalmente pela produção de veículos automotores, segundo divulgou nesta sexta-feira (1) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Essa foi a segunda alta mensal seguida e o melhor setembro em 2 anos. O resultado de agosto foi revisto para um avanço de 1,2%, ante leitura anterior de alta de 0,8%.

No acumulado no ano, entretanto, o setor industrial ainda acumula queda de 1,4%.

Na comparação com o mesmo mês do ano passado, houve alta de 1,1% em setembro, o primeiro avanço depois de 3 meses resultados negativos consecutivos nessa base de comparação.

Os resultados, entretanto, ficaram abaixo das expectativas em pesquisa da Reuters com economistas, de alta de 0,9% na variação mensal e de 1,9% na base anual.

“Temos o crescimento na produção da indústria por dois meses consecutivos, algo que não vemos desde março e abril de 2018. A observação é que esse crescimento está concentrado em poucas atividades”, afirmou o gerente da pesquisa, André Macedo.

No acumulado em 12 meses, a produção industrial mostrou uma redução da intensidade de perda, ao passar de -1,7% em agosto para 1,4% em setembro, mas ainda ficou acima do registrado em julho (-1,3%).

No 3º trimestre, a indústria registrou queda de 1,2%, na comparação com igual período do ano anterior – perda maior que a registrada no 2º trimestre (-0,8%). Segundo o IBGE, o resultado trimestral negativo é explicado principalmente pela queda de ritmo de três das quatro grandes categorias econômicas, com destaque para bens de consumo duráveis e bens de capital, pressionadas, em grande parte, pela menor fabricação de automóveis e de bens para equipamentos de transporte.

Produção de veículos puxa alta

Segundo o IBGE, apenas 11 dos 26 ramos pesquisados registraram alta na produção em setembro. O resultado positivo no mês foi puxado principalmente pela produção de veículos automotores, reboques e carrocerias, que registrou avano de 4,3%, revertendo queda de 2,4% no mês de agosto.

Outros setores que tiveram impacto positivo no resultado geral de setembro os de confecção de artigos de vestuário e acessórios (6,6%), de bebidas (3,5%), de produtos de metal (3,7%), de móveis (9,4%), de equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (3,0%) e de produtos de borracha e de material plástico (1,4%).

Já entre as quedas, os desempenhos de maior impacto no índice geral foram: impressão e reprodução de gravações (-28,6%), indústrias extrativas (-1,2%), máquinas e equipamentos (-2,8%), produtos farmoquímicos e farmacêuticos (-4,6%), coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (-0,8%) e produtos do fumo (-7,7%).

Entre as grandes categorias econômicas, o melhor resultado foi entre o da produção de bens de consumo duráveis (2,3%). O setor de bens de capital (-0,5%) foi o único que registrou queda em setembro. Já a produção de bens de consumo semi e não-duráveis registrou alta de 0,5%, e de bens intermediários avançou 0,2%.

Recuperação lenta e perspectivas

O resultado da indústria em 2019 tem sido afetado pelas incertezas da economia, que inibem o consumo das famílias, e também por fatores adicionais, como a queda das exportações para a Argentina, devido à crise econômica no país vizinho, e recuo da atividade extrativa mineral, como reflexo da tragédia de Brumadinho (MG) na Vale.

O índice que mede a confiança da indústria atingiu em outubro o menor valor desde em 1 ano, segundo a Fundação Getulio Vargas (FGV), sinalizando aumento da cautela dos empresários em relação aos próximos meses.

Para o consolidado de 2019, os economistas das instituições financeiras projetam uma queda de 0,73% na produção industrial, segundo pesquisa Focus do Banco Central. Para o resultado do Produto Interno Bruto (PIB) de 2019 do Brasil, a previsão atual do mercado é de uma alta de 0,91%.

A indústria também tem perdido participação na composição do PIB. Série elaborada pela economista Silvia Matos, do Instituto Brasileiro de Economia, da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV), mostra que o peso da indústria de transformação caiu de 16,8% do PIB em 1995 para 11,2% do PIB no 1º trimestre de 2019 – menor patamar desde 1947, ano em que se inicia a série histórica do IBGE.

Fonte: G1

Emissões locais devem alcançar no ano R$ 300 bi

Gráfico Ascendente

Mas falta de crescimento ainda inibe expansão do mercado

As emissões de empresas brasileiras no mercado de capitais doméstico deverão superar os R$ 300 bilhões este ano, um recorde. A maior parcela desse total vem de operações de renda fixa, que, por oferecer melhores condições, está tirando espaço do financiamento bancário.

A alta mais expressiva vem das ofertas de ações, que em nove meses de 2019 tive

“Um sinal de mercado vigoroso é quando se tem um volume relevante de novas empresas entrando na bolsa”, afirma Michael Viriato, professor do Insper. No entanto, a maioria das operações em 2019 até agora foi de companhias listadas captando para reduzir dívidas ou ainda seus acionistas se desfazendo de ações – o próprio governo foi responsável por grande operações, como IRB, Banco do Brasil, Petrobras e Caixa. Na dívida, afirma Viriato, o que está se vendo é um processo de desintermediação bancária. “Mas também essa troca de perfil de endividamento não é exatamente uma demonstração de vigor do mercado”, diz o professor.

De janeiro a setembro, as empresas brasileiras captaram R$ 269 bilhões no mercado doméstico. O número supera os R$ 248 bilhões acumulado em todo 2018 – a análise vale mesmo se esse valor for corrigido pelo IPCA do período (R$ 254 bilhões).

O maior crescimento percentual veio das ofertas de ações. De janeiro a setembro, elas somam R$ 57,6 bilhões. Já em 2018 inteiro, elas alcançaram R$ 11, 5 bilhões. À primeira vista, o número deste ano apontaria para uma quebra do recorde dessas operações: o melhor ano para essas ofertas foram no boom dos IPOs, em 2007, quando eles movimentaram R$ 75,5 bilhões; e em 2010, quando as ofertas subsequentes se destacaram e as emissões alcançaram R$ 70,4 bilhões. No entanto, se esses números forem corrigidos pela inflação no período, o que se percebe é que o mercado, este ano, precisaria dobrar nesta reta final para bater qualquer recorde. Ajustadas pelo IPCA, as ofertas em 2007 alcançam R$ 144,5 bilhões; em 2010, somaram R$ 115 bilhões.

Na renda fixa, quando se olha para a emissão de debêntures apenas, nos três primeiros trimestres do ano elas somaram R$ 122,3 bilhões, estáveis em relação a igual intervalo de 2018. Já nos chamados híbridos, que incluem notas promissórias, letras financeiras, certificados de recebíveis imobiliários e do agronegócio (CRA e CRI), fundos de direitos creditórios (FIDC) e fundos imobiliários (FII), o total acumula R$ 89 bilhões, com alta expressiva, de 39%, em relação a igual intervalo de 2018. Nesse ano, o volume com esses instrumentos deve desbancar o ano histórico de 2017, com R$ 92 bilhões (ajustados pelo IPCA).

Carlos Antonio Rocca, diretor do Centro de Estudos do Mercado de Capitais da Fipe (Cemec-Fipe) aponta dois fatores que explicam o comportamento do mercado neste ano:a queda da taxa de juros e o novo posicionamento do BNDES, com forte redução de crédito subsidiado e atuação em sinergia com o mercado de capitais. É a partir daí, ele diz, que se explica o fato de o índice Ibovespa estar renovando seus recordes, e as empresas estarem trocando a dívida mais cara por outras, mais baratas.

Rocca chama a atenção para o fato de dois terços do valor emitido (em ações) no primeiro semestre se destinar à aquisição de participação acionária. “Não se trata da criação de novas empresas ou o financiamento de novos investimentos, cujas taxas continuam muito baixas”, afirma.

Segundo ele, alguns fatores provavelmente têm inibido novos investimentos: elevada capacidade ociosa, ausência de expectativas de crescimento mais significativo, e altos índices de incerteza. “Embora a queda do custo de capital próprio em linha com a queda da taxa de juros estimule a captação de recursos por emissão de ações, inclusive via abertura de capital, a situação da economia certamente entra com sinal negativo”, diz.

A última pesquisa Focus, do Banco Central, mostrou que, para este ano, as projeções de mercado para o crescimento do PIB subiram de 0,88% para 0,91%. Para 2020, a estimativa é de 2%. Em 2007, no melhor ano para os IPOs na B3, o PIB teve alta de 6%.

George Sales, professor de Finanças do Ibmec-SP, diz que para que as companhias se arrisquem até a bolsa, é preciso mais crescimento econômico. “Vender ações significa aumento de custos, de transparência, e gera uma série de novos procedimentos para a companhia. Não é nem simples, nem barato”, afirma. “As empresas que estão acessando o mercado são aquelas que já estão inseridas nesse contexto. E, agora, estão atendendo à força da demanda do investidor, que busca cada vez mais novas modalidades de investimento em função da taxa Selic menor”, afirma Sales.

Para o coordenador do MBA em gestão financeira da Fundação Getulio Vargas (FGV), Ricardo Teixeira, existe um sinal muito positivo nesse processo: o fato de o mercado estar crescendo e ganhando credibilidade.“O emissor, agora, acredita que vai ter mercado comprador para o papel dele”, avalia. Ele acredita que o IPO pode demorar um pouco mais, pois é uma decisão empresarial e mais custosa do que para quem já está la.

Alexandre Póvoa, sócio da Canepa Asset, não define o ano como de sucesso para a renda variável, pelo fato de somente quatro empresas terem feito IPOs. “Não é para comemorar”, diz o gestor, reforçando que os IPOs só vão voltar quando o crescimento retornar. Em 2007, foram mais de 50 operações.

Nos números, o que mais chamou a atenção de Póvoa foi o forte desempenho dos fundos imobiliários e dos produtos com isenção tributária, como o CRA e o CRI.A captação dos fundos imobiliários, de janeiro a setembro, dobrou, para R$ 23,1 bilhões, em relação a igual intervalo de 2018. “Caíram no gosto do público com uma mistura de boa rentabilidade com pagamento de dividendos e amortizações em cada período”, afirmou Póvoa.

As operações de CRI cresceram 60% e as de CRA, 120% – cada um deles beira os R$ 10 bilhões captados até setembro. “Resta saber se o lastro dessas operações está sendo controlado. Ou seja, uma empresa que emite um CRA tem realmente um lastro em operações agrícolas. Se não for, perde o sentido o governo abrir mão do imposto”, argumenta o gestor.

Fonte: Valor Econômico

Dólar opera em queda, abaixo de R$ 4, com Argentina e política monetária no radar

Dolar x Peso

Na sexta-feira, a moeda norte-americana recuou 0,90%, a R$ 4,0079 – menor patamar desde 16 de agosto.

O dólar opera em queda nesta segunda-feira (28), em semana marcada por reuniões de política monetária no Brasil e nos Estados Unidos, com agentes do mercado de olho na vizinha Argentina depois da vitória de Alberto Fernández nas eleições gerais.

Às 15h09, a moeda norte-americana caía 0,53%, vendida a R$ 3,9865.Na mínima, o dólar chegou a R$ 3,9729.

Na sexta-feira, a moeda norte-americana recuou 0,90%, vendida a R$ 4,0079 – menor patamar de fechamento desde 16 de agosto (R$ 4,0026). Na semana passada, a moeda norte-americana caiu 2,69%. Em outubro, acumula queda de 3,54%. No ano, no entanto, tem alta de 3,45%.

Cenário externo

“Temos uma série de fatores positivos acontecendo, aliás, tudo o que está acontecendo geopoliticamente é positivo. Um fator de atenção seria a eleição na Argentina, mas isso tende a ser um fator muito local e não deve ter força para afetar o dólar individualmente”, afirmou Jefferson Laatus, sócio fundador do Grupo Laatus, à Reuters.

Os peronistas voltaram ao poder na Argentina, no domingo, com a vitória do candidato Alberto Fernández sobre o presidente neoliberal Mauricio Macri com uma vantagem confortável, em uma eleição que desloca a terceira maior economia da América Latina para a esquerda depois de sofrer uma profunda crise econômica.

Segundo Laatus, grande parte do otimismo no mercado nesta segunda também se deve em parte a expectativas de cortes de juros nos EUA nesta semana. Os juros futuros dos EUA indicavam que operadores veem 86,1% de chance de o Federal Reserve cortar os juros para um intervalo entre 1,50% e 1,75% em sua próxima reunião, de acordo com a ferramenta Fedwatch do CME Group.

Cenário local

Na cena doméstica, a expectativa também é de mais cortes na Selic, com apostas de que o Banco Central reduza a taxa de juros para uma mínima recorde de 5% na quarta-feira, de acordo com a visão unânime em pesquisa da Reuters com economistas.

No entanto, Laatus afirma que o cenário não é muito promissor para que o dólar continue operando abaixo do nível de R$ 4 no curto prazo.

“Não temos grandes motivos para continuar abaixo de 4 reais. A tendência na semana é que tudo fique oscilando próximo da estabilidade, mas acima de 4 por dólar.”

Nesta segunda-feira, o BC vendeu todos os 525 milhões em moeda spot ofertados, além de todos os 10.500 contratos de swap reverso (de oferta de 10.500 contratos). Adicionalmente, a autarquia também realizará leilão de rolagem de até US$ 1,5 bilhão em linha de moeda estrangeira com compromisso de recompra.

Fonte: G1

Despesas derrubam resultado da CSN e Minerva fará parceria para levar carne à China

minerva-foods

Petrobras, Vale, Fleury, Grendene e Lojas Renner divulgam resultados do 3º trimestre hoje

CSN

A CSN teve um prejuízo de R$ 992,9 milhões no terceiro trimestre, puxado por um aumento de quase 300% nas despesas.

O resultado negativo, que surpreendeu os analistas, foi provocado pela combinação de queda da receita líquida, significativo avanço das despesas operacionais e o aumento despesa financeira líquida, que dobrou no período.

A empresa revisou para baixo a sua estimativa para o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) ajustado em 2019 para R$ 7,5 bilhões. Em julho, a companhia havia divulgado uma estimativa de atingir R$ 8,5 bilhões. No terceiro trimestre, o Ebitda ajustado caiu 4%, para R$ 1,5 bilhão.

A companhia programou para hoje, às 11h, teleconferência para discutir os resultados com acionistas e analistas.

Opinião: O BTG Pactual reduziu hoje a recomendação para as ações da CSN de compra para neutra e o preço-alvo de R$ 21 para R$ 15, após a companhia reportar resultados “decepcionantes.”

Para os analistas do banco, o balanço da CSN foi um conjunto de resultados fracos, embora o mercado já tivesse expectativas baixas para o trimestre.

Os resultados fracos registrados pela CSN no terceiro trimestre foram pressionados, entre outro pontos, pela queda no prêmio de qualidade do minério de ferro e pelo custos de frete, segundo a avaliação do Credit Suisse.

Localiza

O lucro líquido da Localiza cresceu 28% no terceiro trimestre de 2019, para R$ 204,7 milhões. O resultado foi beneficiado, segundo a empresa pelas divisões de aluguel de carros e gestão de frotas, no qual a frota média alugada subiu 34,3% e 25,7%, respectivamente, ante 2018.

Ainda assim, o resultado frustou estimativas de analistas por causa das vendas de seminovos, uma questão que preocupa o setor.

A empresa programou teleconferência para as 12h para discutir os resultados.

Petrobras

O conselho de administração da Petrobras ratificou a assinatura e aprovou ajustes na minuta do termo aditivo do contrato de cessão onerosa. O aditivo prevê o ressarcimento à Petrobras de US$ 9,058 bilhões, equivalentes a R$ 34,075 bilhões.

O Congresso aprovou um projeto de lei que abre crédito especial de R$ 40,5 bilhões para a União pagar à Petrobras os valores correspondentes a revisão do acordo do contrato de cessão onerosa.

A Petrobras divulgará hoje os resultados do terceiro trimestre. A expectativa de analistas ouvidos pelo Valor é de um lucro de lucro líquido de R$ 10,9 bilhões, crescimento de 63% ante igual período do ano passado.

Temporada de balanços: saiba o que olhar nos resultados das empresas

Minerva

O frigorífico Minerva e a Joey Foods farão uma parceria para importação e distribuição da carne na China. A brasileira terá 51% do capital da nova empresa e a chinesa, 49%. O investimento é de US$ 15 milhões.

A joint venture fará a importação e distribuição da carne na China.

“O mercado de carne bovina ganhou mais espaço na China por causa da melhora na distribuição de renda da população e a febre suína catalizou uma tendência de mercado”, disse o CEO da Minerva Foods, Fernando Queiroz, que está em Pequim para o ato.

Embraer e Azul

A Embraer e a Azul Linhas Aéreas firmaram um contrato de longo prazo para gestão da manutenção de componentes da frota de aeronaves E190 e E195, da primeira geração de jatos comerciais E-Jet, da companhia aérea brasileira.

Com o contrato, a Azul garantirá suporte a todos os aviões Embraer que opera, incluindo a nova frota de jatos E195-E2 que já estava incluída no programa de pool de serviços da fabricante de aeronaves. A companhia aérea tem pedido firme para um total de 51 aviões desse modelo e já indicou que poderá ampliar o pedido mais à frente.

A Embraer cobrirá mais de 300 componentes reparáveis por meio do portfólio TechCare e prestará suporte de engenharia a partir do centro de distribuição de peças em Fort Lauderdale, nos Estados Unidos.

A Embraer presta serviços de suporte a mais de 50 companhias aéreas no mundo.

Banco do Brasil

O Banco do Brasil comunicou o encerramento da oferta pública de distribuição secundária de 132.506.737 ações ordinárias, ao preço de R$ 44,05 por ação, num total de R$ 5,84 bilhões.

Gafisa

A Gafisa divulgou a aprovação da homologação da segunda etapa do aumento de capital. Nessa etapa, a captação chegou a R$ 272,7 milhões, com a subscrição da totalidade das ações disponíveis na operação.

Os recursos da capitalização já estão no caixa da Gafisa e serão destinados a novos projetos.

A empresa também vai criar o braço Gafisa Desenvolvimento Urbano em decorrência da venda de sua fatia restante de 21,2% na Alphaville Urbanismo para a gestora de private equity Pátria por R$ 100 milhões.

Renova

O conselho de administração da Renova Energia decidiu substituir o diretor-presidente, Cristiano Corrêa de Barros. Em seu lugar, assume Marcelo José Milliet.

Qualicorp

O colegiado da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) rejeitou ontem uma proposta de conselheiros da Qualicorp para encerrar processo relacionado ao contrato para retenção do presidente executivo da empresa, José Seripieri Filho, conhecido como Júnior.

Cogna

A Cogna faturou R$ 408 milhões com a venda de livros no âmbito do Programa Nacional do Livro Didático (PNLD) do governo federal de 2020. A receita a ser registrada no terceiro trimestre será de R$ 20 milhões.

Klabin

O conselho de administração da Klabin elegeu Marcos Paulo Conde Ivo como diretor financeiro e relações com investidores.

B2W

O conselho de administração da B2W homologou o aumento de capital de R$ 2,5 bilhões aprovado pelo próprio colegiado em 19 de agosto. A operação foi realizada por meio de subscrição e integralização de 64.102.565 ações ordinárias, ao preço de R$ 39.

Balanços

Além da Petrobras, outras cinco empresas devem divulgar resultados hoje. Quatro delas programaram para após o fechamento do mercado — Vale, Fleury, Grendene e Lojas Renner. A Electro Aço Altona não divulgou horário.

Fonte: valor Investe

IPCA-15 fica em 0,09% em outubro, menor taxa para o mês desde 1998

Consumidor

Com o resultado, o índice que é considerado a prévia da inflação acumulou um aumento de 2,69% no ano

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15), considerado a prévia da inflação oficial, registrou alta de 0,09% em outubro, após ter avançado à mesma taxa de 0,09% em setembro, informou nesta terça-feira, 22, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). É a menor taxa de variação para meses de outubro desde 1998, quando a taxa foi de 0,01%, segundo o IBGE.

O resultado ficou dentro das estimativas dos analistas do mercado financeiro consultados na pesquisa do Projeções Broadcast, que esperavam de uma queda de 0,03% a uma alta de 0 12%, mas veio superior à mediana de 0,03%.

Com o resultado agora anunciado, o IPCA-15 acumulou um aumento de 2,69% no ano. Nos 12 meses encerrados em outubro, o indicador ficou em 2,72%, abaixo do piso da meta de inflação para 2019, que é de 4,25%, com margem de tolerância de 1,5 ponto para cima ou para baixo, mas acima da mediana das estimativas do mercado financeiro. As projeções iam de avanço de 2,60% a 2,75%, com mediana de 2,66%.

Fonte: Exame

Investimento social cai, mas empresas buscam alinhamento com negócios e metas da ONU

ONU

Pesquisa realizada no Brasil mostra que projetos educacionais ganharam participação

Os investimentos sociais das empresas brasileiras caíram em 2018, tanto em termos absolutos quanto em proporção do seu lucro bruto, de acordo com a nova edição da pesquisa BISC (Benchmarking do Investimento Social Corporativo), divulgado pela organização social Comunitas.

Em um cenário de restrição de recursos para investimentos em geral, institutos, fundações e grandes companhias nacionais que participam do levantamento têm procurado rever o conteúdo dos projetos em curso para adequá-los aos seus negócios.

O setor de serviços, no qual o investimento das instituições financeiras é representativo, por exemplo, tem focado cada vez mais na área educacional, como educação financeira.

Já o setor industrial se destaca pelo direcionamento de recursos para as áreas cultural e capacitação para geração de trabalho e renda.

As metas dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU, agenda lançada em 2016, também são citadas como referência para os trabalhos desenvolvidos: 90% das companhias identificaram conexão de seus projetos sociais com os ODS; 44% já estabeleceram metas com base nesses objetivos.

No ano passado, as 254 empresas e 17 institutos e fundações empresariais entrevistados investiram R$ 2,1 bilhões na área social, queda de 13% em relação ao ano anterior, quando o número havia ficado praticamente estável.

Em relação ao futuro, as empresas estão otimistas: 65% estão prevendo ampliar ou, pelo menos, manter nos próximos dois anos os investimentos realizados nos anos recentes.

Na comparação internacional, feita a partir do lucro bruto, o investimento social foi de 0,77% dos ganhos empresariais, ante 0,88% nos países selecionados. Em relação ao lucro líquido, subiu de 2,18% para 2,35%.

“Temos observado uma tendência de estabilidade dos investimentos em patamar acima de R$ 2 bilhões, um esforço das empresas, apesar das dificuldades econômicas”, afirma Anna Maria Peliano, coordenadora da pesquisa.

A queda nesses investimentos foi menos acentuada na área de educação, o que, consequentemente, ampliou a participação do setor de 39% para 42%, segundo o levantamento.

Além dos R$ 2,1 bilhões aplicados de forma voluntária, os entrevistados relataram valor semelhante destinado, por obrigações legais, a ações socioambientais voltadas para as comunidades em que atuam, sendo 50% para melhorar a infraestrutura nesses locais e 31% em projetos de defesa de direitos humanos, além de outras ações com menor representatividade.

Peliano afirma que, do valor aplicado em ações sociais, apenas 20% foram captados por meio de programas de incentivos fiscais, patamar que tem se mantido nos últimos anos. Segundo ela, a cultura é a única área em que o incentivo tem peso grande, de 69%.

Em relação ao movimento de realinhamento dos investimentos sociais, 78% dos entrevistados realizaram no ano passado redirecionamento do conteúdo de projetos em curso para adequá-los aos negócios e 71% afirmaram que seguirão essa linha de atuação nos próximos anos.

Entre as principais atividades realizadas pelas empresas para alinhar os investimentos sociais, está o apoio a startups sociais, iniciativa apontada por 66% das empresas entrevistadas.

De acordo com Peliano, essa é uma área de atuação que se destacou na pesquisa deste ano, mas que ainda carece de mais detalhamento, o que deverá ser feito nas próximas edições.

“Estamos vendo um movimento muito grande de empresas baseadas em tecnologia com roupagem para serviços e produtos que tenham impacto sociais. Esse é um ponto que esse ano começa a aparecer um pouco mais e vamos querer, no futuro, ver o que está sendo feito nessa área e que, até então, era muito pequena.”

Fonte: Folha de São Paulo

Ao atingir 35,42 milhões de trabalhadores em 2018, informalidade atinge recorde

De acordo com a Pnad Contínua, pesquisa divulgada na manhã desta quinta-feira, pelo IBGE, o número de pessoas ocupadas na informalidade chegou a 35,42 milhões de pessoas, em média, em 2018 – um recorde desde que a pesquisa começou a ser realizada, em 2012. O número engloba os trabalhadores no setor privado ( 11,19 milhões) e empregados domésticos sem carteira de trabalho assinada (4,42 milhões), além de empregadores (905 mil) e trabalhadores por conta própria sem CNPJ (18,8 milhões). Individualmente todos esses grupos bateram recorde, em 2018. Ou seja, nunca foram tão grandes.

Fonte: O Globo

Exportações alcançam maior patamar em cinco anos e somam US$ 239,523 bi

As exportações brasileiras somaram US$ 239,523 bilhões no ano passado e alcançaram o maior patamar desde 2013, quando os embarques alcançaram US$ 242,033 bilhões. Entre os grandes grupos de bens e mercadorias, os embarques cresceram 17,2% entre os itens básicos e aumentaram 7,4% nos manufaturados. No grupo de semimanufaturados, ao contrário, houve queda de 3,1% das exportações. Continue lendo “Exportações alcançam maior patamar em cinco anos e somam US$ 239,523 bi”

Confiança do comércio no Brasil sobe em dezembro e termina ano em maior nível em quase 6 anos, diz FGV

A confiança do comércio no Brasil teve em dezembro uma melhora significativa tanto na percepção dos empresários em relação à situação atual quanto nas expectativas, terminando o ano em seu maior valor em quase seis anos, informou nesta quarta-feira a Fundação Getulio Vargas (FGV).

Com alta de 5,7 pontos, o Índice de Confiança do Comércio (Icom) foi em dezembro a 105,1 pontos, atingindo seu maior nível desde abril de 2013.

“A confiança do comércio encerra 2018 com alta expressiva no quarto trimestre. É a primeira vez desde março de 2014 que o índice ultrapassa os 100 pontos, limite que identifica a transição para níveis elevados de confiança”, destacou o coordenador da FGV/IBRE, Rodolpho Tobler.

“Depois de passar por períodos turbulentos ao longo do ano, como a greve dos caminhoneiros e o período eleitoral, os comerciantes esperam aumento de vendas neste final de ano e têm boas expectativas para o começo de 2019”, completou.

De acordo com a FGV, 11 dos 13 segmentos pesquisados registraram alta em suas taxas de variação.

O Índice da Situação Atual (ISA-COM) registrou sua terceira alta consecutiva, subindo 4,1 pontos, para 97,4 pontos, seu maior valor desde abril de 2014.

O Índice de Expectativas (IE-COM) também apresentou sua terceira variação positiva consecutiva, avançando 7,0 pontos, para 112,58 pontos, registrando seu maior nível desde fevereiro de 2011.

“A sustentação dessa recuperação dependerá da continuidade da melhoria do mercado de trabalho e da redução da incerteza”, completou Tobler.

O resultado do comércio acompanha a confiança da construção, divulgada também nesta quarta-feira e que terminou 2018 em seu maior nível em quatro anos.

Fonte: Reuters

IPCA-15 tem maior queda para dezembro em 24 anos

Os preços de transportes, saúde e habitação caíram com força, e a prévia da inflação oficial do Brasil registrou o maior recuo em 24 anos para o mês de dezembro, indicando que os preços devem encerrar 2018 abaixo do centro da meta e reforçando as expectativas de que uma alta dos juros passou a ficar distante.

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15) terminou 2018 com alta de 3,86 por cento, ante 2,94 por cento em 2017, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira.

A meta oficial de inflação do governo é de 4,5 por cento pelo IPCA, com margem de 1,5 ponto percentual para mais ou menos. Se o resultado se repetir no IPCA, a ser divulgado em 11 de janeiro, será o segundo ano seguido em que a inflação brasileira encerrará o ano abaixo do centro do objetivo — em 2017 o índice oficial terminou em 2,95 por cento, abaixo até mesmo do piso.

O resultado dos 12 meses até dezembro ficou praticamente em linha com a expectativa em pesquisa da Reuters de avanço de 3,90 por cento.

Na comparação mensal, o IPCA-15 teve em dezembro queda de 0,16 por cento, contra avanço de 0,19 por cento em novembro e expectativa de queda de 0,12 por cento. Esse é o menor resultado mensal desde julho de 2017 e a maior deflação para o mês de dezembro desde a implantação do Plano Real, em 1994.

O resultado mensal teve deflação em quatro dos nove grupos pesquisados. O principal impacto negativo foi exercido pelo grupo Transportes, cujos preços recuaram 0,93 por cento depois de alta de 0,31 por cento em novembro, devido principalmente à redução de 5,47 por cento nos preços da gasolina.

Também apresentaram queda no mês os preços de Saúde e cuidados pessoais, de 0,58 por cento, de Habitação, de 0,52 por cento, e de Comunicação, de 0,07 por cento.

Por outro lado, Alimentação e bebidas, com alta de 0,35 por cento, teve o maior impacto positivo no mês, embora tenha desacelerado frente à taxa de 0,54 por cento registrada em novembro.

Na semana passada, o BC manteve a Selic em 6,50 por cento e reconheceu que os riscos baixistas para a inflação cresceram. Na ata do encontro, o BC traçou um quadro favorável para a inflação, jogando para um futuro indeterminado eventual início de aperto nos juros após deixar de mencionar essa possibilidade em suas comunicações.

O BC retirou de sua comunicação recente menção a eventual início gradual de subida nos juros, o que segundo o presidente da autoridade monetária, Ilan Goldfajn, não foi um acidente, ressaltando que a assimetria do balanço de riscos de fato diminuiu, mas que o BC está atento sobretudo às tendências para tomar seus próximos passos.

Fonte: Exame

Abertura do ENAEX discute Custo Brasil e entraves para o comércio exterior

ENAEX“O futuro do comércio exterior do Brasil é o passado.” A afirmação é do presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), José Augusto de Castro, na abertura do Encontro Nacional de Comércio Exterior – ENAEX 2018, no Rio de Janeiro, essa manhã.

Castro disse que apesar dos superávits constantes na balança comercial, o país vem perdendo mercado por exportar basicamente commodities, produtos que, além de não contarem com valor agregado, sofrem forte influência externa. “Já em 2018 e em 2019 nossos indicadores vão apontar queda devido a situação econômica da Argentina, devemos fechar um saldo de U$ 56 bilhões esse ano contra os U$ 67 bilhões do ano passado”, previu.

Entre as razões do pessimismo, o presidente da AEB elencou o alto Custo Brasil – estimado em 30% em estudo da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimac) – que roubaria cerca de 2 milhões de empregos qualificados no país. Castro diz que o único caminho é promover reformas (tributária, previdenciária, entre outras) urgentemente, reduzir a burocracia, investir em infraestrutura e acabar com a insegurança jurídica que assustaria os mercados nacional e internacional.