Tractebel mantém caixa e segura dividendos com incertezas no setor elétrico

tracA geradora de energia elétrica Tractebel vai procurar manter um caixa robusto, além de ter acertado o pagamento de dividendos equivalentes a 55 por cento do lucro do primeiro semestre, o patamar mínimo acordado com os acionistas, em meio a incertezas vividas pelo setor elétrico em 2015, disse o diretor financeiro e de Relações com Investidores da companhia, Eduardo Sattamini.

Durante teleconferência, o executivo disse que tais incertezas estão relacionadas a fatores como o déficit de geração registrado pelas hidrelétricas e a uma maior demora na aprovação de financiamentos pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

“Temos tido um processo relativamente moroso na aprovação de financiamentos junto ao BNDES, em função da grande quantidade de trabalho que o banco tem tido… por isso estamos retendo um pouco de caixa. Além disso, a incerteza quanto ao GSF (nome técnico para o déficit hídrico) também nos faz manter o caixa um pouco mais robusto para qualquer necessidade”, explicou Sattamini.

Entre 2011 e 2013, a Tractebel distribuiu 100 por cento dos lucros, patamar reduzido para 55 por cento a partir de 2014. O dividendo mínimo estatutário da companhia é de 30 por cento do lucro líquido ajustado, mas há um compromisso da administração com os acionistas de manter os 55 por cento como piso.

Questionado por um analista, o diretor da Tractebel disse que as negociações junto ao governo para uma eventual solução para o déficit hídrico, que tem causado perdas aos investidores no setor, é complexa e dificilmente terá a uma conclusão antes da próxima liquidação financeira de contratos do mercado de energia, que será realizada em 5 e 6 de agosto pela Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE).

“Ainda está se discutindo. (As propostas esboçadas pelo governo para resolver o problema) são soluções complexas, de implementação complexa. Na hora em que você entrar no detalhe, vai ter que ajustar muita coisa. Não é algo que em nossa opinião aconteça em duas semanas, vai levar um pouco mais. Seria uma excelente notícia… mas não é minha impressão”, disse Sattamini.

O Ministério de Minas e Energia tem falado publicamente na possibilidade de exigir investimentos em capacidade extra pelas geradoras como compensação por uma eventual redução do risco de não geração atribuído aos investidores.

Fonte: Reuters

 

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