Bolognesi: acordo de até US$ 500 milhões para investir em térmicas do A-5

usina termelétrica

Recursos deverão ser utilizados para realizar aquisições de equipamentos no exterior e assim se proteger da oscilação do câmbio.

Mauricio Godoi, da Agência CanalEnergia, de São Paulo, Investimentos e Finanças .

O Grupo Bolognesi deu mais um passo rumo ao equacionamento dos recursos para o investimento de cerca de R$ 6 bilhões nas duas termelétricas que negociou no leilão A-5 deste ano. A empresa fechou um acordo com o Grupo EIG, uma administradora de fundos de investimento em energia, para receber até US$ 500 milhões em recursos e assim formar o equity dos projetos a serem construídos no Rio Grande do Sul e em Pernambuco.

Com esses recursos, disse o vice presidente do Grupo Bolognesi, Paulo Rutzen, a empresa se organizará financeiramente para a importação de equipamentos que virão dos Estados Unidos e financiados pelo EximBank daquele país. Outra parte do investimento será feita localmente com financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social. E ainda, há uma terceira via caso ocorra qualquer tipo de atraso ou problema com alguma das instituições financeiras, que é a emissão de debêntures de infraestrutura, uma ferramenta da qual o Bolognesi já recorreu em 2013 para a usina Pernambuco III.

 

“O montante total será dividido em US$ 250 milhões para cada usina e servirá para compor o equity da empresa estimado em R$ 2 bilhões para os dois projetos, então já temos assegurados R$ 1,4 bilhão com a EIG, O resto será de recursos próprios da Bolognesi”, afirmou o executivo à Agência CanalEnergia.

Rutzen disse que a empresa ainda não decidiu como usar os recursos em dólares, mas a probabilidade é de que fiquem no exterior para que possam pagar pelos equipamentos que serão importados. Segundo ele, essa é a opção mais provável porque se converte em um HEDGE natural para a empresa diante do atual cenário do câmbio.

A projeção é de que os investimentos totais é de R$ 6 bilhões agora as estimativas do pós leilão na otimização de projetos que levará a uma redução do capex para as obras. A expectativa é que a desvalorização do real ante o dólar eleve o valor dos investimentos, mas de qualquer forma esses US$ 500 milhões ajudarão a empresa a se proteger dessas oscilações.

No momento o Grupo Bolognesi está providenciando os requerimentos burocráticos para o início das obras como as licenças de instalação. Os recursos da EIG somente serão liberados a partir do momento que toda a burocracia do setor seja concluída com o recebimento da outorga da Aneel, assinatura dos PPAs e a obtenção da licença de instalação.

Os dois projetos de destacaram porque utilizarão um sistema de regaseificação da própria empresa e que viabilizou a participação no certame desse ano. Os investimentos do Grupo Bolognesi serão feitos em usinas térmicas, no píer e no gasoduto que ligará o navio que regaseificará o GNL diretamente à térmica.

Esse navio, explicou Rutzen, foi alugado por meio deleasing o que evitou a necessidade de investimentos adicionais na casa de US$ 300 milhões em cada um dos dois que foram contratados. As embarcações ficarão por aqui por 25 anos, o prazo do PPA. Por ser uma administradora de fundos a EIG deverá ficar no empreendimento por cerca de 10 anos. O acordo não prevê a participação acionária nos dois projetos para a investidora.

Fonte: Canal Energia

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