Dólar tem viés de baixa, dividido entre Fed e política

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Os mercados domésticos acompanham o ritmo de compasso de espera verificado no exterior, com os investidores no aguardo do fim da reunião de política monetária do Federal Reserve. Essa expectativa deixa o dólar sem direção definida ante o real, com os negócios no à vista abrindo em baixa, na contramão da sinalização no mercado futuro.

Internamente, os investidores também são influenciados pelo cenário político, no aguardo de medidas econômicas e nomes que formarão a nova equipe no segundo mandato do governo Dilma. Já os juros futuros esperam ao redor da estabilidade, além da decisão do Fed à tarde, o anúncio e o comunicado do Comitê de Política Monetária (Copom), em busca de sinais sobre os próximos passos do Banco Central brasileiro.

Por volta das 9h15, no mercado de balcão, o dólar à vista caía 0,20%, cotado a R$ 2,4670, na máxima, depois de abrir em baixa de 0,24%, a R$ 2,4660. No mercado futuro, o dólar para novembro ganhava 0,18%, a R$ 2,4680.

A sessão ao longo desta quarta-feira, 29, é marcada por anúncios de política monetária no Brasil e nos Estados Unidos. É consenso que, tanto internamente quanto no exterior, não deve haver novidades quanto às decisões – manutenção da Selic em 11% ao ano e encerramento do programa de compras mensais de ativos que já injetou US$ 3,5 trilhões na economia norte-americana desde 2008. Já em relação aos próximos passos, há uma grande expectativa pelos comunicados que acompanharão as decisões.

Tal expectativa coloca o dólar perto da estabilidade ante as principais rivais, mas em direções distintas em relação às moedas emergentes e de países exportadores de commodities. No Brasil, porém, a reunião do Copom ocorre após a reeleição de Dilma e o comunicado da divulgação da nova Selic poderia dar indicações quanto à taxa básica em dezembro. Porém, ao mesmo tempo a reformulação da equipe econômica no segundo mandato, já em discussão, pode postergar eventuais sinalizações por parte do BC nacional.

No exterior, todas as atenções estão voltadas para os Estados Unidos, onde o Fed anuncia, às 16 horas, sua decisão de política monetária. Prevalece a expectativa de que o programa de recompra de ativos, o chamado relaxamento quantitativo (QE), será finalmente encerrado, mas o Banco Central dos EUA pode também sinalizar que os juros historicamente baixos continuarão por tempo razoável, mantendo um tom mais suave (“dovish”). Às 9h15, o juro da T-note de 10 anos estava em 2,287%, de 2,291% no fim da tarde de ontem.

Também no exterior, há especulação de que Pequim estaria trabalhando para aumentar a liquidez do mercado bancário chinês. Os rumores são de que o Banco Central da China (PBoC) teria injetado cerca de 200 bilhões de yuans (quase US$ 33 bilhões) no sistema financeiro para tentar incentivar a oferta de crédito nos bancos. Porém, para a equipe de análise da Reorient, o relato não faz muito sentido. “Parece-me que é mais fácil fazer apenas um corte pequeno de 25 pontos base na taxa de juros”, disse Steve Wang, economista-chefe de China da Reorient.

Fonte: Yahoo Notícias

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