Desesperado, Grupo Peixoto de Castro ataca imprensa e minoritários

radar4A família Peixoto de Castro declarou guerra à imprensa e à própria figura do acionista minoritário. Em comunicado enviado ontem à CVM, os controladores do Grupo Peixoto de Castro (GPC) atacaram a prestigiosa coluna Radar, assinada pelo jornalista Lauro Jardim na revista Veja, e o Infomoney, influente veículo especializado na cobertura da área de finanças. No mesmo documento, o GPC também lançou acusações difamatórias contra o sócio minoritário Nelson Tanure, dono de aproximadamente 35% do capital da empresa.

Na última sexta-feira, segundo informações divulgadas pela própria imprensa, ocorreu uma diligência de busca e apreensão na sede do Grupo Peixoto de Castro, no Centro do Rio de Janeiro. A operação foi cumprida por decisão da 5ª Vara Empresarial do Rio, atendendo a ação impetrada pela Sky Investments e pela EM Equity Partners, empresas pertencentes a Tanure. A Justiça determinou que os acionistas controladores da GPC apresentassem documentos e livros contábeis capazes de comprovar as demonstrações financeiras divulgadas pela companhia.

Ressalte-se que o oficial de Justiça, os advogados, auditores e peritos contábeis não encontraram os livros da GPC. Arquivos e armários estavam vazios. Um cofre havia sido arrombado, conforme constatou o Oficial de Justiça. Poucos dias antes da operação, o grupo transferiu sua sede para outro endereço. Curiosamente, quatro dias antes, quando a GPC realizou uma Assembleia de Acionistas, a companhia informou oficialmente que sua sede estava localizada na Rua do Passeio 70, 13º andar, endereço onde foi realizada a operação de busca e apreensão da última sexta-feira.

No comunicado enviado ontem à CVM, em vez de esclarecer seus acionistas sobre os motivos da operação, o Grupo Peixoto de Castro preferiu atirar contra a revista Veja e o Infomoney. Classificou como “maliciosa” e “fantasiosa” as notícias publicadas pelos dois veículos sobre a operação judicial em sua sede. No documento, os acionistas controladores chegam a insinuar que a imprensa estaria tentando desestabilizar a gestão do Grupo Peixoto de Castro.

Ao mesmo tempo, o GPC abriu um precedente dos mais perigosos em se tratando de uma companhia aberta. Atacou violentamente um acionista minoritário, afirmando que o empresário Nelson Tanure estaria promovendo uma “pirataria societária”, sem explicar as razões para a acusação. O teor da representação chegou a causar surpresa entre os técnicos da própria CVM, pelo tom pouco usual e os termos usados pelo GPC para atacar um acionista minoritário. Tomara que a moda não pegue!

Em recuperação judicial, o Grupo Peixoto de Castro tem dívidas superiores a R$ 700 milhões. Nos últimos nove anos, o GPC acumulou um prejuízo da ordem de R$ 270 milhões.

Paulo Roberto Cunha

Fonte: Blog Ouro Negro

 

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