Contas externas têm menor déficit para fevereiro em 8 anos, diz Banco Central

O déficit em transações correntes somou US$ 935 milhões em fevereiro, informou o Banco Central nesta sexta-feira (24). Esse rombo é 51% menor que o registrado no mesmo período de 2016, quando totalizou US$ 1,91 bilhão.

Esse também foi o menor rombo para meses de fevereiro desde 2009 – quando o déficit somou US$ 647 milhões. Com isso, o valor foi o mais baixo para o mês em oito anos.

A conta de transações correntes é formada pela balança comercial (comércio de produtos entre o Brasil e outros países), pelos serviços (adquiridos por brasileiros no exterior) e pelas rendas (remessas de juros, lucros e dividendos do Brasil para o exterior). Trata-se de um dos principais indicadores do setor externo brasileiro.

Nos dois primeiros meses deste ano, ainda de acordo com a autoridade monetária, o déficit nas contas externas somou US$ 6,02 bilhões, com pequena queda em relação ao mesmo período do ano passado – quando totalizou US$ 6,73 bilhões.

Para todo o ano de 2017, porém, o Banco Central subiu sua estimativa para o déficit em transações correntes de US$ 28 bilhões para US$ 30 bilhões. No ano passado, o rombo das contas externas somou US$ 23,5 bilhões, melhor resultado para um ano fechado desde 2007.

Investimento estrangeiro

O Banco Central também informou nesta sexta-feira que os investimentos estrangeiros diretos na economia brasileira somaram US$ 5,3 bilhões em fevereiro, com pequena queda em relação ao mesmo mês do ano passado (US$ 5,92 bilhões).

Nos dois primeiros meses deste ano, entretanto, avançaram para US$ 16,83 bilhões, em comparação com US$ 11,37 bilhões nos dois primeiros meses do ano pasado. Esse aumento foi influenciado pelo aporte recorde de investimentos estrangeiros em janeiro deste ano.

No primeiro bimestre deste ano, os investimentos estrangeiros foram mais do que suficientes para cobrir o rombo das contas externas neste período – que foi de US$ 6,02 bilhões.

Para 2017, o Banco Central manteve a estimativa de um ingresso de US$ 75 bilhões em investimentos estrangeiros diretos na economia brasileira.

Deste modo, os investimentos continuariam suficientes para “financiar” em sua totalidade o déficit das contas externas do período – cuja estimativa do BC é de US$ 30 bilhões neste ano.

Componentes das contas externas

A pequena melhora no resultado das contas externas no primeiro bimestre deste ano está relacionada com a melhora do resultado da balança comercial. Os demais componentes da conta de transações correntes (serviços e rendas) registraram piora nesta comparação.

Neste período, a balança comercial registrou um superávit (exportações menos importações) de US$ 6,88 bilhões. No mesmo período de 2016, a balança teve um superávit menor: de US$ 3,52 bilhões. Para 2017, o BC subiu de US$ 44 bilhões para US$ 51 bilhões sua previsão de superávit comercial.

No primeiro bimestre deste ano, a conta de serviços, na qual estão inseridos os gastos de brasileiros no exterior, registrou um déficit de US$ 4,84 bilhões, contra um resultado negativo de US$ 3,3 bilhões no mesmo período de 2016. O BC elevou de US$ 31,2 bilhões para US$ 36,7 bilhões sua estimativa de déficit na conta de serviços neste ano.

Ao mesmo tempo, as chamadas “rendas primárias”, compostas, entre outros, pelas remessas de juros e lucros ao exterior, tiveram um resultado negativo de US$ 8,4 bilhões no primeiro bimestre, contra um déficit de US$ 7,46 bilhões no mesmo período do ano passado. Para a conta de rendas, o BC subiu de US$ 44,1 bilhões para US$ 47,6 bilhões sua previsão de déficit.

As remessas de juros, por exemplo, passaram de US$ 4,72 bilhões, em janeiro e fevereiro de 2016, para US$ 5,13 bilhões no mesmo período deste ano, ao mesmo tempo em que as remessas de lucros e dividendos avançaram de US$ 2,77 bilhões para US$ 3,32 bilhões nesta comparação.

Fonte: Portal G1

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