Investimento social cai, mas empresas buscam alinhamento com negócios e metas da ONU

ONU

Pesquisa realizada no Brasil mostra que projetos educacionais ganharam participação

Os investimentos sociais das empresas brasileiras caíram em 2018, tanto em termos absolutos quanto em proporção do seu lucro bruto, de acordo com a nova edição da pesquisa BISC (Benchmarking do Investimento Social Corporativo), divulgado pela organização social Comunitas.

Em um cenário de restrição de recursos para investimentos em geral, institutos, fundações e grandes companhias nacionais que participam do levantamento têm procurado rever o conteúdo dos projetos em curso para adequá-los aos seus negócios.

O setor de serviços, no qual o investimento das instituições financeiras é representativo, por exemplo, tem focado cada vez mais na área educacional, como educação financeira.

Já o setor industrial se destaca pelo direcionamento de recursos para as áreas cultural e capacitação para geração de trabalho e renda.

As metas dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU, agenda lançada em 2016, também são citadas como referência para os trabalhos desenvolvidos: 90% das companhias identificaram conexão de seus projetos sociais com os ODS; 44% já estabeleceram metas com base nesses objetivos.

No ano passado, as 254 empresas e 17 institutos e fundações empresariais entrevistados investiram R$ 2,1 bilhões na área social, queda de 13% em relação ao ano anterior, quando o número havia ficado praticamente estável.

Em relação ao futuro, as empresas estão otimistas: 65% estão prevendo ampliar ou, pelo menos, manter nos próximos dois anos os investimentos realizados nos anos recentes.

Na comparação internacional, feita a partir do lucro bruto, o investimento social foi de 0,77% dos ganhos empresariais, ante 0,88% nos países selecionados. Em relação ao lucro líquido, subiu de 2,18% para 2,35%.

“Temos observado uma tendência de estabilidade dos investimentos em patamar acima de R$ 2 bilhões, um esforço das empresas, apesar das dificuldades econômicas”, afirma Anna Maria Peliano, coordenadora da pesquisa.

A queda nesses investimentos foi menos acentuada na área de educação, o que, consequentemente, ampliou a participação do setor de 39% para 42%, segundo o levantamento.

Além dos R$ 2,1 bilhões aplicados de forma voluntária, os entrevistados relataram valor semelhante destinado, por obrigações legais, a ações socioambientais voltadas para as comunidades em que atuam, sendo 50% para melhorar a infraestrutura nesses locais e 31% em projetos de defesa de direitos humanos, além de outras ações com menor representatividade.

Peliano afirma que, do valor aplicado em ações sociais, apenas 20% foram captados por meio de programas de incentivos fiscais, patamar que tem se mantido nos últimos anos. Segundo ela, a cultura é a única área em que o incentivo tem peso grande, de 69%.

Em relação ao movimento de realinhamento dos investimentos sociais, 78% dos entrevistados realizaram no ano passado redirecionamento do conteúdo de projetos em curso para adequá-los aos negócios e 71% afirmaram que seguirão essa linha de atuação nos próximos anos.

Entre as principais atividades realizadas pelas empresas para alinhar os investimentos sociais, está o apoio a startups sociais, iniciativa apontada por 66% das empresas entrevistadas.

De acordo com Peliano, essa é uma área de atuação que se destacou na pesquisa deste ano, mas que ainda carece de mais detalhamento, o que deverá ser feito nas próximas edições.

“Estamos vendo um movimento muito grande de empresas baseadas em tecnologia com roupagem para serviços e produtos que tenham impacto sociais. Esse é um ponto que esse ano começa a aparecer um pouco mais e vamos querer, no futuro, ver o que está sendo feito nessa área e que, até então, era muito pequena.”

Fonte: Folha de São Paulo

Nelson Tanure em Harvard

Nelson Tanure
Nelson Tanure em Harvard

Uma prática comum entre líderes empresariais na Europa e, sobretudo, nos Estados Unidos aos poucos começa a se difundir no Brasil: mesmo após uma longa trajetória, empresários estão retornando aos bancos escolares em busca de aprimoramento nas áreas de gestão e negócios. É o caso de Nelson Tanure, presidente da Docas S.A.. Tanure, 64 anos,vai passar três semanas em Harvard fazendo o curso Owner President Management.

O curso seleciona presidentes e proprietários de empresas do mundo inteiro e aborda desde o desenvolvimento de estratégia e administração financeira até a gestão de negociações. Fundado há 40 anos, mais de 160 brasileiros passaram por lá, entre eles Beto Sicupira e Marcel Telles, sócios de Jorge Paulo Lemann, o maior bilionário brasileiro. Entre outros negócios, Tanure é sócio da PetroRio.

Fonte: Blog Dois Pontos