Podcast do Correio: Felicidade, um sentimento que é a cara da nossa cidade

O Podcast do Correio recebeu, na tarde de quinta-feira (9/5), a pioneira, educadora e presidente da Aliança das Mulheres que Amam Brasília (AMABrasília), Cosete Ramos. Na bancada, as jornalistas Mariana Niederauer e Sibele Negromonte lideraram um bate-papo descontraído com a idealizadora do movimento Brasília Capital da Felicidade, que pretende trazer para o Distrito Federal, em agosto, o primeiro encontro internacional, em Brasília, do Congresso da Felicidade.

No evento, ainda sem data e local definidos, será discutido como alcançar e trazer para a capital esse sentimento tão almejado mundo afora. “Está na hora de Brasília sonhar de novo e trilhar os caminhos da felicidade. Vamos ver o que é felicidade para o mundo e que critérios são esses que vamos construir nessa cidade”, conta Cosete.

A ideia de tornar Brasília a capital da felicidade começou na pandemia. “Tínhamos mais de 400 mulheres da aliança muito preocupadas com a pandemia, com medo, com raiva, e eu disse para elas: ‘Olha, vamos parar de falar sobre isso e vamos focar na felicidade’. Aí eu fiz uma live sobre a felicidade, de diferentes aspectos, do ponto de vista filosófico, do ponto de vista da ciência, de diferentes prismas”, explica a educadora.

Em seguida, Cosete foi representando o Brasil em congresso de mulheres da Organizações das Nações Unidas (ONU) e voltou ainda mais convicta de querer transformar a cidade em uma referência em felicidade. “Cheguei aqui e comecei a estudar todo o movimento que mulheres de outros países estavam fazendo, e saiu esse grande sonho, que é transformar Brasília na primeira cidade do Brasil como capital da felicidade, usando os mesmos critérios usados pela ONU, que há mais 12 anos avalia todos os países, são mais de 140, e dá um ranking em 20 de março de cada ano”, conta.

“A felicidade está ligada a qualidade de vida e ao bem-estar”, afirma Cosete, que cita como exemplo o reino do Butão, que, em 2010, foi um dos países pioneiros em parar de avaliar o país de acordo com as riquezas, usando o Produto Interno Bruto (PIB), e passar a usar a Felicidade Interna Bruta (FIB) como índice.

Algumas atrações já estão confirmadas para o congresso, como a doutora em psicologia social Barbara Fredrickson, professora da Universidade da Carolina do Norte (EUA); o historiador, escritor e palestrante Leandro Karnal; o médico psiquiatra e pesquisador Gustavo Arns; e a pesquisadora e escritora especializada em psicologia positiva e bem-estar Celina Joppert. O local ainda será determinado, mas as inscrições já estão abertas. “Teremos mesas redondas onde vamos conversar o que queremos, sobre o que buscamos e como vamos mobilizar a sociedade e como o governo entra nesse sonho”, adianta a presidente do AMABrasília.

O amor pela cidade não é a toa. Cosete é uma pioneira convicta e conta com orgulho que chegou à então recém-formada capital do país, em 1960, ainda antes da inauguração. “Eu tinha 16 anos, uma mocinha, fui andar na W3 e, na época, não tinha nada, apenas barro vermelho, no meio do Cerrado, e eu estava lá andando com meus pais, quando um redemoinho veio e me pegou por inteiro, subiu meu cabelo e me deixou toda vermelha. Mas foi ali que nasceu minha paixão por esta cidade, eu tomei um banho de Brasília”, diverte-se.

A pioneira narra que teve o privilégio de poucos, que foi de participar das quatro festas de inauguração de Brasília. “Primeiro, o presidente JK abriu o Congresso Nacional e assinou o decreto que transferiu a capital do Rio de Janeiro para Brasília. Depois, foi um concerto de quatro orquestras e um teatro em cima do Congresso. A última foi um baile, e eu estava linda com um vestido branco”, detalha, emocionada e saudosa.

Cosete Ramos se recorda do primeiro encontro com o presidente Juscelino Kubitschek. “Eu vim para cá fazer o terceiro ano e estudei na primeira escola de Brasília, o Caseb, e eu fiz parte da primeira turma de formadas, em 15 de dezembro de 1960, e o presidente JK foi o paraninfo. Nós todas de beca, e eu era a oradora da turma e fiz um discurso vibrante (que saiu no Correio Braziliense) e, quando eu acabei de falar, ele me deu um abraço bem carinhoso e vi que ele estava bem emocionado”, relembra. A pioneira conta que Juscelino pegou uma folha, onde escreveu e entregou para o diretor da escola com o texto: “A solenidade por si só justificava a emoção que eu senti, formatura das primeiras mestras de Brasília e o discurso da oradora da turma revelou tal altura intelectual que olho agora mais tranquilo o destino da educação do Planalto”.

“Tinha 17 anos e recebi um legado”, conclui Cosete Ramos, estampando no rosto a felicidade que tanto defende.

Ato inaugural do projeto, o Concurso de Arte Visual Brasília Capital da Felicidade ocorreu em 20 de março, no terraço do Correio Braziliense, e premiou o artista da capital que a melhor representou como uma cidade alegre. O ganhador foi Renato Palet que, na solenidade, foi representado pelo filho, João Palet, e recebeu R$ 10 mil. Ao todo, 10 obras concorreram. A arte vencedora será usada no material de promoção do congresso e as demais ficaram expostas durante o evento.

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