Telecom deve receber R$ 141 bi até 2018

O Brasil é um país de superlativos nas telecomunicações. É considerado o quarto maior mercado do mundo em serviços de telecom. Concentra a quinta maior população de assinantes de linhas de celulares, segundo a União Internacional de Telecomunicações (UIT), e ocupa a terceira posição tanto pelo tamanho do seu mercado de computadores quanto pelo número de registros (ou sites) de internet. 

As projeções mais aceitas indicam que até 2019 o tráfego móvel de dados vai crescer, em média, 56% por ano, ou ser multiplicado por nove, em comparação com os números de 2014.

Para acolher essa massa de conectados com mínima qualidade, os investimentos necessários giram em torno de 30 bilhões de reais por ano, segundo cálculos do BNDES. “Qualquer país que quiser se desenvolver e se inserir na economia moderna precisa priorizar as tecnologias da informação e de comunicação”, afirma Eduardo Levy, presidente executivo do SindiTelebrasil, sindicato que reúne as empresas de telefonia e serviços móveis.

Em alguns quesitos, em especial, o Brasil ganha pontos. O Índice de Competitividade Global, calculado pelo Fórum Econômico Mundial, aponta que, em infraestrutura, as melhores notas do Brasil ficaram com os itens relacionados às telecomunicações.

Entre as 140 nações avaliadas, o país é o 37º em volume de assinaturas de telefonia celular, com 139 para cada grupo de 100 habitantes, e o 50º em linhas fixas, com 22 a cada 100. Há, no entanto, pontos cruciais ainda por serem atacados.

Serviços de telecom eficientes pressupõem farta infraestrutura física instalada, com torres, cabos, fibra óptica, entre outros. Nesse ponto, falta o que melhorar. Basta olhar, por exemplo, para a velocidade média das conexões de internet, hoje em 3,4 megabytes por segundo, de acordo com a consultoria Akamai, abaixo da média global, de 5 megabytes por segundo.

Das áreas de infraestrutura, telecom é o que deve receber o segundo maior volume de investimentos, entre 2015 e 2018, segundo o BNDES. Por causa da disseminação das conexões 4G, são previstos 141 bilhões de reais em investimentos (o setor elétrico, na dianteira, concentrará 192 bilhões de reais). Segundo consultores especializados, o interesse das empresas em realizar esses aportes depende de alguns fatores.

O peso da carga tributária sobre as receitas é o principal. “A tributação em telecomunicações chega a 43% no Brasil. Na Argentina é quase a metade disso”, afirma Levy. Segundo o especialista, a infraestrutura de telecom existente hoje no país atende geograficamente todas as regiões e os municípios incluídos nos leilões de serviços realizados periodicamente pela Anatel, a agência reguladora do setor. “A política pública não foi estabelecida pelas empresas, mas sim pelo governo. Podemos dizer que as empresas se interessaram por tudo o que a agência determinou até agora”, afirma Eduardo Levy.

Fonte: Exame

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