Embraer pode sofrer dura derrota comercial

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O executivo que multiplicou os resultados da Embraer e abriu novas fronteiras, entre elas o cobiçado mercado chinês, ou o dirigente que comandava a empresa em uma de suas mais humilhantes derrotas comerciais? A julgar pelas circunstâncias, a gestão de Frederico Curado será lembrada pela bipolaridade de seus feitos. A companhia está prestes a sofrer um duríssimo golpe – pessoalmente, talvez o maior dos fracassos de Curado em seus quase oito anos à frente da presidência. A Bombardier deverá anunciar em breve um acordo com a Azul para a venda de seu jato CSeries, com capacidade para 120 passageiros. De acordo com fontes que acompanham as negociações, a operação envolve o fornecimento de até 20 aeronaves – o contrato pode passar de US$ 1,5 bilhão. Segundo o RR apurou, os canadenses já colocaram sobre a mesa garantias firmes de financiamento. Mas não são apenas as vantagens financeiras que giram esta turbina. Avião por avião, o da Bombardier é muito mais completo e com uma tecnologia mais moderna do que a aeronave montada pela Embraer. Palavra de um técnico da própria Azul.

 

Por si só, a abertura de um canal de comunicação entre a Bombardier e a Azul já revela uma falha grave no aparato de defesa institucional da Embraer. Desde a sua fundação, a companhia de David Neeleman é praticamente um território cativo da fabricante brasileira, jamais ameaçado por seus maiores concorrentes. Das 144 aeronaves usadas pela Azul, 82 delas, exatamente as de maior porte, saíram de São José dos Campos – o restante da frota é composto por turboélices produzidos pela franco-italiana ATR. Consta que a alta direção da Embraer tomou conhecimento das primeiras tratativas entre a Bombardier e a companhia aérea no início do ano. Talvez tenha subestimado o perigo; talvez tenha sido induzida pela própria Azul a fazê-lo, ao receber a sinalização de que a empresa não faria novas encomendas neste ano. De qualquer forma, a ordem das parcelas não altera o resultado final. A Embraer está perto de ter seu espaço aéreo invadido pela maior rival.

 

Nas últimas semanas, Curado teria batido à porta de sempre: o BNDES. Com o apoio do banco, a Embraer poderia oferecer à Azul um vantajoso acordo para a venda de aeronaves E-195, que concorrem na mesma faixa do CSeries. Oficialmente, o BNDES afirmou que “só comenta operações já aprovadas”. Também procurada, a Embraer negou que tenha procurado o banco para tratar do assunto. Está feito o registro.

 

Fonte: Blog IG Relatório Reservado

 

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