O prejuízo líquido da operadora holandesa de telefonia Royal KPN piorou no quarto trimestre do ano passado, indica balanço publicado hoje. As perdas somaram 224 milhões de euros, valor 55% maior do que no mesmo período de 2012.
As contas no vermelho se intensificaram com a redução de 13,5% na receita líquida, que terminou em 2,06 bilhões de euros. O faturamento caiu tanto no segmento empresarial como na área móvel da companhia durante os três meses. As perdas de receita foram de 11% e 15% nessas divisões, respectivamente.
Por outro lado, a empresa conseguiu fortalecer os serviços de telefonia fixa residencial. O negócio teve faturamento de 492 milhões de euros, crescimento de 2,5% e, com o enxugamento da estrutura de custos, alcançou lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) de 100 milhões de euros, 20% a mais.
“Construímos fundamentos fortes para a KPN e agora esperamos que nossa performance financeira comece a se estabilizar perto do fim de 2014”, declarou Eelco Blok, presidente do grupo. “O fluxo de caixa livre deve começar a crescer em 2015.”
Durante este ano, a projeção é de queda no desempenho operacional. A holandesa fechou a venda da alemã E-Plus para a Telefónica Deutschland, subsidiária local do grupo espanhol. Depois de concluída a alienação, a KPN ficará com 20,5% do capital da compradora e receberá dividendos que podem ajudar a fortalecer seu balanço.
Foi exatamente a E-Plus a responsável pela piora do prejuízo líquido do grupo holandês no trimestre. Perdas de 114 milhões de euros na controlada, que foi classificada como “operação descontinuada” nas demonstrações, pesaram sobre a última linha do balanço. Entre outubro e dezembro de 2012, os negócios à venda haviam registrado lucro de 121 milhões de euros.
Considerando 2013 como um todo, a KPN teve prejuízo de 215 milhões de euros, sendo que no ano anterior foi observado lucro de 765 milhões de euros. A receita líquida da companhia chegou a 8,5 bilhões de euros, recuo de 10,4%.
No ano passado, o mexicano Carlos Slim, dono da América Móvil, tentou tomar o controle da KPN, mas foi frustrado por uma cláusula no estatuto da empresa que determina que compra de participações acima de 50% garantiriam a determinação de preço pelos acionistas da operadora.
Fonte: UOL