Preços do petróleo sobem em meio à aceleração de cortes no bombeamento

Kuwait informou nesta quinta-feira que iniciou cortes de oferta ao mercado. Demanda global por combustíveis recua cerca de 30% em abril.

 

Os preços do petróleo voltaram a subir nesta quinta-feira (23), ampliando a recuperação depois de grandes países produtores da commodity afirmarem que vão acelerar os cortes planejados de bombeamento para combater a queda dramática de demanda devido à pandemia do novo coronavírus.

As cotações do petróleo estão em uma das semanas mais tumultuadas da história. O valor de referência dos Estados Unidos fechou a – US$ 37,63 por barril na segunda-feira (20), na pior liquidação do contrato em todos os tempos. Já o petróleo Brent, “benchmark” internacional, atingiu uma mínima de duas décadas na terça-feira, antes de se recupear.

Desde o início do ano, ambos já perderam mais de dois terços de seus valores. A demanda global por combustíveis apresenta queda de cerca de 30% em abril, e a oferta vai superar a demanda nos próximos meses devido à pandemia.

Nesta quinta-feira, o Brent avançou 0,96 dólar, ou 4,7%, e fechou cotado a 21,33 dólares por barril, enquanto o WTI teve alta de US$ 2,72, ou 19,7%, e terminou o dia a 16,50 dólares o barril.

“Estamos vendo, dentro da indústria norte-americana, uma reação real a esses preços super baixos. Isso está criando algumas brechas para que os preços se recuperem um pouco”, disse John Kilduff, sócio do fundo de hedge Again Capital em Nova York.

Ele se refere ao declínio no número de sondas de petróleo em atividade nos EUA, cuja contagem atingiu o menor nível desde 2016, e à redução de 100 mil barris por dia (bpd) na produção da commodity no país na semana passada, para 12,2 milhões de bpd.

“Mas ainda é difícil ficar animado com preços que estão pouco acima dos 15 dólares”, ponderou Kilduff.

Cortes de oferta

O Kuwait disse nesta quinta-feira que iniciou os cortes de oferta ao mercado internacional antes mesmo do dia 1º de maio, quando um acordo da Opep+ entra em vigor. Já a Rússia estuda opções para reduzir o bombeamento, e pode chegar até mesmo a queimar seu próprio petróleo, segundo fontes.
Fonte: G1

Trump diz esperar acordo entre Rússia e sauditas sobre petróleo em breve; preços do barril saltam

Barril de petróleo e negociado em alta ao redor de 10% nesta quinta-feira (2).

 

O presidente norte-americano Donald Trump disse que conversou recentemente com líderes da Rússia e da Arábia Saudita e que acredita que os dois países chegarão a um acordo para encerrar sua guerra de preços no mercado de petróleo “em poucos dias”, reduzindo a produção para apoiar as cotações.

Ele também afirmou que convidou executivos do setor de petróleo dos Estados Unidos à Casa Branca para discutir meios de ajudar à indústria, “devastada” pela forte queda na demanda durante a pandemia de coronavírus e pela disputa entre russos e sauditas.

“Eu vou me encontrar com os produtores de petróleo na sexta-feira. Vou me reunir com produtores independentes de petróleo também na sexta-feira ou no sábado. Talvez domingo. Nós teremos um monte de reuniões sobre isso”, disse Trump a jornalistas.

“Ao redor do mundo, a indústria de petróleo tem sido devastada”, disse ele. “É muito ruim para a Rússia, é muito ruim para a Arábia Saudita. Quero dizer, é muito ruim para ambos. Eu acredito que eles vão fazer um acordo.”

Os preços do petróleo saltavam nesta quinta-feira (2). Perto das 8h20 (horário de Brasília), o barril do tipo Brent subia 10,23%, em Londres, a US$ 27,27. Já o barril WTI, nos EUA, tinha alta de 9,35%, a US$ 22,21.

Os preços globais do petróleo caíram mais de 60% neste ano, à medida que o coronavírus impacta economias pelo mundo, ao mesmo tempo em que os importantes produtores Rússia e Arábia Saudita começam a inundar o mercado com petróleo.

A queda nos preços ameaça a indústria de produção de petróleo “shale” nos EUA com possíveis falências e dispensas de funcionários em massa, o que levou o governo norte-americano a buscar meios de proteger o setor.

Nos encontros com executivos de petróleo, Trump deve discutir uma série de opções para apoiar a indústria, incluindo a possibilidade de tarifas sobre importações de petróleo da Arábia Saudita, segundo o Wall Street Journal, que noticiou primeiro as reuniões.

Importantes petroleiras como Exxon, Chevron, Occidental Petroleum e Continental Resources devem participar do encontro inicial na sexta-feira, segundo o jornal.
Fonte:G1

Petróleo firma queda e caminha para quinta semana seguida de perdas

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Cotações oscilaram mais cedo após declaração de ministro da Rússia sobre novo corte de produção, mas agora mercado espera para ver, aponta banco

O petróleo oscilou mais cedo nesta sexta-feira e se firmou em território negativo, direcionando-se para fechar em queda pela quinta semana consecutiva diante dos impactos do surto de coronavírus sobre a demanda, já que a China é o maior importador da commodity no mundo. Os dados fracos de produção industrial nos principais países da Europa tampouco ajudaram a segurar a alta vista mais cedo.

Por volta de 9h30, os preços dos contratos para abril do Brent, a referência global, caíam 0,55%, a US$ 54,63 o barril, na ICE, em Londres, enquanto os contratos para março do WTI recuavam 0,69%, a US$ 50,60 o barril, na Bolsa de Mercadorias de Nova York (Nymex).

Na semana, o Brent registra perda de 3% e o WTI cai quase 2%. No ano, até o momento, os preços do Brent e do WTI registram queda de 16%.

Mais cedo, os preços da commodity chegaram a operar em alta depois de o ministro de Relações Exteriores da Rússia ter feito uma breve declaração durante visita ao México afirmando que apoia a “ideia” de um aprofundamento no corte de produção.

No entanto, após a reunião técnica da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados liderados pela Rússia (Opep+), realizada no meio da semana, relatos apontaram que os representantes da Rússia e da Arábia Saudita não chegaram a um consenso sobre o tamanho do corte. A Arábia Saudita defendeu uma redução de mais 600 mil barris diários, enquanto a Rússia sinalizou que prefere estudar melhor a proposta.

O mercado está no modo “esperar para ver”, com a eventual decisão da Opep+, principalmente da Rússia, afirma o banco de investimento norueguês DNB Markets. A reunião técnica de três dias do cartel nesta semana não conseguiu estabelecer uma data para uma reunião ministerial de emergência, e a Rússia, líder do grupo de aliados, ainda está considerando sua posição, acrescentou.

Fonte: Valor Econômico