Mercado reduz expectativa de inflação em 2020 e vê dólar mais baixo

Inflação

Previsão de inflação deste ano passou de 3,60% para 3,58%. Economistas reduziram de R$ 4,09 para R$ 4,04 a projeção para o dólar no fim de 2020.

Os economistas do mercado financeiro reduziram sua estimativa de inflação para este ano e também passaram a projetar um dólar menor no fim de 2020.

As projeções fazem parte do boletim de mercado, conhecido como relatório “Focus”, divulgado nesta segunda-feira (13) pelo Banco Central (BC). Os dados constam de um levantamento feito na semana passada com mais de 100 instituições financeiras.

De acordo com o boletim, os analistas do mercado financeiro reduziram a estimativa de inflação para 2020 de 3,60% para 3,58%.

A expectativa de inflação do mercado para este ano segue abaixo da meta central, de 4%. O intervalo de tolerância do sistema de metas varia de 2,5% a 5,5%.

A meta de inflação é fixada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). Para alcançá-la, o Banco Central eleva ou reduz a taxa básica de juros da economia (Selic).

No ano passado, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerado a inflação oficial do Brasil, fechou em 4,31%, acima do centro da meta para o ano, que era de 4,25%. Foi a maior inflação anual desde 2016.

Para 2021, o mercado financeiro manteve a estimativa de inflação em 3,75%. No ano que vem, a meta central de inflação é de 3,75% e será oficialmente cumprida se o índice oscilar de 2,25% a 5,25%.

Produto Interno Bruto

O mercado financeiro manteve a previsão de crescimento de 2,30% para a economia brasileira em 2020. Para o próximo ano, a previsão de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) permaneceu em 2,50%.

O PIB é a soma de todos os bens e serviços feitos no país, independentemente da nacionalidade de quem os produz, e serve para medir o comportamento da economia brasileira.

Outras estimativas

  • Taxa de juros: o mercado manteve a previsão para a taxa Selic no fim de 2020 em 4,5% ao ano. Atualmente, a taxa de juros já está nesse patamar. Para o fechamento de 2021, a expectativa do mercado para a taxa Selic recuou de 6,50% para 6,25% ao ano.
  • Dólar: a projeção para a taxa de câmbio no fim de 2020 recuou de R$ 4,09 para R$ 4,04 por dólar. Para o fechamento de 2021, continuou em R$ 4 por dólar.
  • Balança comercial: para o saldo da balança comercial (resultado do total de exportações menos as importações), a projeção em 2020 caiu de US$ 38,20 bilhões para US$ 37,31 bilhões de resultado positivo. Para o ano que vem, a estimativa dos especialistas do mercado recuou de US$ 35,60 bilhões para US$ 35 bilhões.
  • Investimento estrangeiro: a previsão do relatório para a entrada de investimentos estrangeiros diretos no Brasil, em 2020, permaneceu em US$ 80 bilhões. Para 2021, a estimativa dos analistas subiu de US$ 84,40 bilhões para US$ 84,75 bilhões.

Fonte: G1

Banco Mundial prevê avanço do PIB do Brasil de 2% neste ano e 2,5% em 2021

PIB 2020

Instituição piorou a estimativa para o desempenho da economia neste ano, mas melhorou a projeção para 2021.

O Banco Mundial atualizou nesta quarta-feira (8) as previsões de crescimento para a economia brasileira e mundial. Em 2020, a instituição estima que o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil deve avançar 2%. Para 2021, a projeção é de alta de 2,5%.

A previsão para 2020 é menor do que a divulgada no último relatório publicado em junho. Mas a estimativa para o próximo ano melhorou. Na leitura passada, o Banco Mundial projetava crescimento de 2,5% em 2020 e 2,3% para 2021.

“No Brasil, a confiança mais forte dos investidores, juntamente com o afrouxamento gradual das condições de empréstimos e do mercado de trabalho, deverá sustentar uma aceleração do crescimento para 2%”, informou a instituição em relatório.

Para 2019, a instituição avalia que o PIB brasileiro deve ter crescido 1,1%, 0,4 ponto percentual mais baixo do que o apurado em junho.

As projeções do Banco Mundial estão próximas das observadas no relatório Focus, elaborado pelo Banco Central com base na projeção de analistas das instituições financeiras. Para 2019, a estimativa é de alta do PIB de 1,17%. Em 2020 e 2021, as projeções são de 2,3% e 2,5%, respectivamente.

Desempenho da economia mundial

O Banco Mundial ainda estima que a economia global deve crescer ligeiramente menos neste e no próximo ano em relação ao que era esperado no relatório de junho.

A previsão é que o PIB mundial avance 2,5% em 2020 e 2,6% em 2021. Em relação a junho, houve uma redução de 0,2 ponto percentual nas leituras para os dois anos.

Para 2019, o Banco Mundial estima que o PIB global tenha avançado 2,4%.

No relatório divulgado nesta quarta, a instituição alertou para riscos envolvendo a guerra comercial, uma desaceleração econômica mais forte do que o esperado nas economias avançadas e uma eventual turbulência financeira nos mercados emergentes. Todos esses risco podem piorar o desempenho da economia mundial.

“Predominam os riscos descendentes para as perspectivas globais que, caso se concretizem, poderiam desacelerar substancialmente o crescimento”, escreveu o Banco Mundial.

“Estes riscos incluem nova escalada das tensões comerciais e incerteza da política comercial, uma desaceleração mais forte do que o esperado nas principais economias e turbulência financeira nas economias de mercados emergentes e em desenvolvimento”, completou a instituição.

Fonte: G1

Produção industrial tem 2ª alta seguida e cresce 0,3% em setembro

produção industria

No acumulado no ano, entretanto, setor ainda acumula queda de 1,4%. Em 12 meses, apenas 9 das 26 atividades industriais registram alta na produção.

A produção industrial brasileira cresceu 0,3% em setembro, na comparação com agosto, puxada principalmente pela produção de veículos automotores, segundo divulgou nesta sexta-feira (1) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Essa foi a segunda alta mensal seguida e o melhor setembro em 2 anos. O resultado de agosto foi revisto para um avanço de 1,2%, ante leitura anterior de alta de 0,8%.

No acumulado no ano, entretanto, o setor industrial ainda acumula queda de 1,4%.

Na comparação com o mesmo mês do ano passado, houve alta de 1,1% em setembro, o primeiro avanço depois de 3 meses resultados negativos consecutivos nessa base de comparação.

Os resultados, entretanto, ficaram abaixo das expectativas em pesquisa da Reuters com economistas, de alta de 0,9% na variação mensal e de 1,9% na base anual.

“Temos o crescimento na produção da indústria por dois meses consecutivos, algo que não vemos desde março e abril de 2018. A observação é que esse crescimento está concentrado em poucas atividades”, afirmou o gerente da pesquisa, André Macedo.

No acumulado em 12 meses, a produção industrial mostrou uma redução da intensidade de perda, ao passar de -1,7% em agosto para 1,4% em setembro, mas ainda ficou acima do registrado em julho (-1,3%).

No 3º trimestre, a indústria registrou queda de 1,2%, na comparação com igual período do ano anterior – perda maior que a registrada no 2º trimestre (-0,8%). Segundo o IBGE, o resultado trimestral negativo é explicado principalmente pela queda de ritmo de três das quatro grandes categorias econômicas, com destaque para bens de consumo duráveis e bens de capital, pressionadas, em grande parte, pela menor fabricação de automóveis e de bens para equipamentos de transporte.

Produção de veículos puxa alta

Segundo o IBGE, apenas 11 dos 26 ramos pesquisados registraram alta na produção em setembro. O resultado positivo no mês foi puxado principalmente pela produção de veículos automotores, reboques e carrocerias, que registrou avano de 4,3%, revertendo queda de 2,4% no mês de agosto.

Outros setores que tiveram impacto positivo no resultado geral de setembro os de confecção de artigos de vestuário e acessórios (6,6%), de bebidas (3,5%), de produtos de metal (3,7%), de móveis (9,4%), de equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (3,0%) e de produtos de borracha e de material plástico (1,4%).

Já entre as quedas, os desempenhos de maior impacto no índice geral foram: impressão e reprodução de gravações (-28,6%), indústrias extrativas (-1,2%), máquinas e equipamentos (-2,8%), produtos farmoquímicos e farmacêuticos (-4,6%), coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (-0,8%) e produtos do fumo (-7,7%).

Entre as grandes categorias econômicas, o melhor resultado foi entre o da produção de bens de consumo duráveis (2,3%). O setor de bens de capital (-0,5%) foi o único que registrou queda em setembro. Já a produção de bens de consumo semi e não-duráveis registrou alta de 0,5%, e de bens intermediários avançou 0,2%.

Recuperação lenta e perspectivas

O resultado da indústria em 2019 tem sido afetado pelas incertezas da economia, que inibem o consumo das famílias, e também por fatores adicionais, como a queda das exportações para a Argentina, devido à crise econômica no país vizinho, e recuo da atividade extrativa mineral, como reflexo da tragédia de Brumadinho (MG) na Vale.

O índice que mede a confiança da indústria atingiu em outubro o menor valor desde em 1 ano, segundo a Fundação Getulio Vargas (FGV), sinalizando aumento da cautela dos empresários em relação aos próximos meses.

Para o consolidado de 2019, os economistas das instituições financeiras projetam uma queda de 0,73% na produção industrial, segundo pesquisa Focus do Banco Central. Para o resultado do Produto Interno Bruto (PIB) de 2019 do Brasil, a previsão atual do mercado é de uma alta de 0,91%.

A indústria também tem perdido participação na composição do PIB. Série elaborada pela economista Silvia Matos, do Instituto Brasileiro de Economia, da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV), mostra que o peso da indústria de transformação caiu de 16,8% do PIB em 1995 para 11,2% do PIB no 1º trimestre de 2019 – menor patamar desde 1947, ano em que se inicia a série histórica do IBGE.

Fonte: G1