Banco Mundial prevê avanço do PIB do Brasil de 2% neste ano e 2,5% em 2021

PIB 2020

Instituição piorou a estimativa para o desempenho da economia neste ano, mas melhorou a projeção para 2021.

O Banco Mundial atualizou nesta quarta-feira (8) as previsões de crescimento para a economia brasileira e mundial. Em 2020, a instituição estima que o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil deve avançar 2%. Para 2021, a projeção é de alta de 2,5%.

A previsão para 2020 é menor do que a divulgada no último relatório publicado em junho. Mas a estimativa para o próximo ano melhorou. Na leitura passada, o Banco Mundial projetava crescimento de 2,5% em 2020 e 2,3% para 2021.

“No Brasil, a confiança mais forte dos investidores, juntamente com o afrouxamento gradual das condições de empréstimos e do mercado de trabalho, deverá sustentar uma aceleração do crescimento para 2%”, informou a instituição em relatório.

Para 2019, a instituição avalia que o PIB brasileiro deve ter crescido 1,1%, 0,4 ponto percentual mais baixo do que o apurado em junho.

As projeções do Banco Mundial estão próximas das observadas no relatório Focus, elaborado pelo Banco Central com base na projeção de analistas das instituições financeiras. Para 2019, a estimativa é de alta do PIB de 1,17%. Em 2020 e 2021, as projeções são de 2,3% e 2,5%, respectivamente.

Desempenho da economia mundial

O Banco Mundial ainda estima que a economia global deve crescer ligeiramente menos neste e no próximo ano em relação ao que era esperado no relatório de junho.

A previsão é que o PIB mundial avance 2,5% em 2020 e 2,6% em 2021. Em relação a junho, houve uma redução de 0,2 ponto percentual nas leituras para os dois anos.

Para 2019, o Banco Mundial estima que o PIB global tenha avançado 2,4%.

No relatório divulgado nesta quarta, a instituição alertou para riscos envolvendo a guerra comercial, uma desaceleração econômica mais forte do que o esperado nas economias avançadas e uma eventual turbulência financeira nos mercados emergentes. Todos esses risco podem piorar o desempenho da economia mundial.

“Predominam os riscos descendentes para as perspectivas globais que, caso se concretizem, poderiam desacelerar substancialmente o crescimento”, escreveu o Banco Mundial.

“Estes riscos incluem nova escalada das tensões comerciais e incerteza da política comercial, uma desaceleração mais forte do que o esperado nas principais economias e turbulência financeira nas economias de mercados emergentes e em desenvolvimento”, completou a instituição.

Fonte: G1

Programa do Fórum Econômico Mundial quer impulsionar indústria 4.0 no País

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A difusão da Internet das Coisas no maquinário industrial brasileiro será o foco principal

O Fórum Econômico Mundial quer disseminar a indústria 4.0 no Brasil. Em parceria com o Ministério da Economia, do governo federal, e com o governo estadual de São Paulo, a organização anunciou nesta quinta-feira, 7, um projeto piloto para impulsionar a Quarta Revolução Industrial nas pequenas e médias empresas (PMEs) brasileiras. A inauguração está planejada para ocorrer em maio de 2020, quando a capital paulista sediará o Fórum Econômico Mundial para a América Latina.

A difusão da Internet das Coisas (de dispositivos inteligentes) no maquinário industrial brasileiro será o foco principal. O objetivo é que diferentes setores, como governos, iniciativa privada, universidades e sociedade civil, colaborem na formulação de soluções e políticas de incentivo industrial. A organização internacional oferecerá suporte financeiro, capacitação de funcionários e colaboração com outras companhias. O projeto irá iniciar com 130 empresas e, até 2021, o número deverá saltar para 2 mil.

O Fórum possui iniciativas similares em países como Estados Unidos, China, Japão, Índia, Colômbia, Emirados Árabes Unidos, Israel, África do Sul e Arábia Saudita. Todos têm como objetivo fomentar a criação de protocolos para tecnologias de rápido desenvolvimento, como veículos autônomos, drones, blockchain. O Brasil será o único a receber um enfoque nas PMEs, que correspondem a 98,5% das companhias do País, e 90% no mundo, segundo dados do Banco Mundial. Justamente por isso, é importante fazer com que as pequenas companhias não sejam esquecidas. “Se elas forem deixadas para trás, existem consequências no emprego e no crescimento econômico de um país”, afirma ao jornal O Estado de S. Paulo Morat Sönmez, diretor do Centro para a Quarta Revolução Industrial, uma rede com 27 países criada em 2017 pelo Fórum Econômico Mundial.

Indústria 4.0 é a mais recente etapa do processo de industrialização do planeta e abrange a automação e digitalização de atividades das empresas, como o uso de robótica, inteligência artificial e Big Data na produção. Alemanha, China, Estados Unidos, Japão e Coreia do Sul lideram a corrida mundial e fazem investimentos na ordem de bilhões de dólares para aumentar a produtividade e eficiência industrial. Até 2020, devem ser gastos quase 1 trilhão de dólares, de acordo com a Deloitte.

No Brasil, no entanto, o conceito é pouco difundido. Pesquisa da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) de março de 2018 aponta que 32% das empresas brasileiras não sabem o que significa indústria 4.0. Além disso, 23% afirmaram que não estão preparadas para enfrentar os desafios postos pela digitalização. O estudo conclui que é possível que o País diminua a sua desvantagem em relação aos outros países ao adotar uma política pública nacional para o setor. Do contrário, pode ser que exista um agravamento dessa distância.

A Embraer é um case de sucesso nacional ao utilizar automação na linha de montagem, que agora é toda digitalizada, sem uso de protótipos, e com monitoramento em tempo real do chão de fábrica. Consequentemente, há uma redução de 25% do tempo de produção da aeronave e, portanto, ganho na eficiência. Sönmez, no entanto, destaca que as empresas grandes não terão dificuldades: “Elas têm o dinheiro e o talento”.

“Se não nos movermos rápido, ficaremos ainda mais para trás”, afirma o diretor do Fórum, apontando que as tecnologias mudam de um dia para o outro. “O governo demora muito tempo para decidir, mas nós não temos mais esse luxo com a Quarta Revolução Industrial.”

Fonte: Época Negócios