O empresário Nelson Tanure, dirigente do Fundo Société Mondiale, acionista relevante da Oi, diz ser necessária a adoção de um pequeno aditivo ao plano de recuperação da empresa. “Não existe investimento ou reestruturação da dívida capaz de equilibrar a Oi sem que haja uma mudança completa e estrutural da Lei Geral de Telecomunicações”, afirma. Segundo ele, a diversidade da equipe de colaboradores da Oi e a sua grande capacidade de trabalho serão os grandes propulsores da construção de uma nova identidade. “É nisso que acreditamos há um ano, quando comecei a estudar a empresa. A Oi é do tamanho do Brasil e tem pressa em sair da recuperação judicial, voltando à liderança de mercado”, afirma.
“A empresa está viva e salva, porque tem pessoas de primeira categoria”, repetiu o empresário o que falou na Assembleia da Oi, em julho do ano passado.
Tanure, que tem o apoio de grandes fundos internacionais dispostos a fazer investimentos economicamente viáveis na companhia da ordem de bilhões de dólares, acrescentou que é preciso suspender a distribuição de dividendos pelo período mínimo de 5 anos e que todo o caixa livre gerado seja investido na modernização e em melhorias de sua rede (ativo fundamental da Oi).
“Nossas propostas contam com o trabalho colaborativo de todos os funcionários da Oi e de suas subsidiárias, dos entes públicos e privados e exigem sacrifícios de todos. Elas permitem que uma nova Oi seja erguida em bases sólidas e sustentáveis”, declara Tanure.
Destaques
- Temos o apoio de grandes fundos internacionais, atuais acionistas ou não, notadamente norte-americanos e canadenses, dispostos a fazer novos investimentos na Oi da ordem de bilhões de dólares. Tais fundos possuem mais de U$ 200 bilhões sob gestão.
- Os principais ativos serão mantidos e modernizados, tanto a rede fixa de abrangência nacional quanto a operação de telefonia móvel.
- Nossa proposta é buscar sócios separadamente para determinadas áreas de negócio, incluindo a criação de novas subsidiárias, com a possibilidade de um IPO em mercado. Além de vender os ativos na África, que não são estratégicos para o futuro da Oi.
- Nenhum investimento nosso na Oi está condicionado a qualquer concessão do governo.
- Não existe investimento ou restruturação de dívida capaz de equilibrar a Oi sem que haja uma mudança completa e estrutural no setor de Telecom no Brasil.
- É fundamental encontrar um equilíbrio que, ao mesmo tempo, satisfaça os credores e permita à companhia investir em sua rede. O resultado operacional positivo é crucial para reequilibrar a companhia e evitar novo desperdício de capital.
- Temos o objetivo de alinhar todos os interesses em torno de um plano de longo prazo viável e seguiremos abertos a discuti-lo em detalhes com os demais stakeholders, sejam eles governo, credores, acionistas e colaboradores.
- Defendemos também o diálogo diretamente com a Anatel para equacionar a dívida que temos entre novos investimentos para melhoria dos serviços prestados e um parcelamento do saldo remanescente conforme prevê a lei.
Íntegra da entrevista