O número de milionários no Brasil passou de 162 mil para 172 mil entre 2015 e 2016, de acordo com relatório lançado hoje pelo Credit Suisse.
São considerados milionários aqueles indivíduos com ativos acima de US$ 1 milhão, sem contar a residência principal.
A alta ocorreu em meio ao que muitos classificam como a maior crise econômica da história do país.
O Produto Interno Bruto (PIB) do país registrou queda de 3,8% em 2015 e a projeção para 2016 é de -3,4%.
O banco nota que a desigualdade no país ainda é gritante e que diferenças educacionais e o tamanho da economia informal estão entre os motivos.
O Brasil tem ao mesmo tempo 245 mil pessoas no 1% mais rico da humanidade e 24 milhões de pessoas com renda abaixo dos US$ 249 anuais.
Outros países ganharam ainda mais milionários no período: o Japão foi de 2,088 milhões para 2,826 milhões (ganho de 438 mil) e os Estados Unidos foram de 13,271 milhões para 13,554 milhões (ganho de 283 mil).
Já o Reino Unido foi o maior perdedor: foi de 2,631 milhões para 2,225 milhões de milionários em um ano (perda de 406 mil).
Isso aconteceu após o país ter US$ 1,5 trilhão varrido da sua riqueza total devido a uma queda do mercado de ações e da cotação da libra após o Brexit (saída da União Europeia).
No curto prazo, os ganhos e perdas de riqueza tem mais a ver com movimentos de câmbio e ativos do que com criação de valor via crescimento.
No nosso caso, a análise do período mais longo é inequívoca: a riqueza do brasileiro medida em dólar caiu em um terço desde 2011.
Entre 2000 e 2011, a riqueza média por adulto no país triplicou de US$ 8 mil para US$ 27 mil, mas já despencou para a faixa dos US$ 18 mil.
O valor em real continuou subindo, mas esse ganho foi largamente corroído pela inflação.
Fonte: Exame