O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, acreditam que, qualquer que seja o vencedor nas eleições nos Estados Unidos, marcada para o próximo dia 5 de novembro, o resultado pode ter impacto nas finanças globais e no próprio Brasil. Ambos participaram de uma coletiva de imprensa nesta quinta-feira (24/10), durante o encontro de ministros de finanças do G20, em Washington, Estados Unidos.
Na visão do chefe da Fazenda, o governo federal tem motivos para prever mudanças no cenário global, seja com uma vitória do republicano Donald Trump, seja com um trunfo de Kamala Harris, candidata pelo Partido Democrata.
“O que quer que aconteça, nós teremos obviamente repercussões internacionais, e o Brasil é um país totalmente conectado com o resto do mundo em termos de troca, serviços e finanças e nós precisamos estar preparados para qualquer cenário”, destaca Haddad.
Para o presidente do Banco Central, o cenário inflacionário nos EUA e os programas de governo dos candidatos que concorrem na disputa presidencial são os dois principais indicativos de que o país norte-americano ainda deve atravessar um período de preços em alta e juros em queda.
Se referindo ao termo em inglês ‘soft landing’ — que significa “aterrissagem tranquila”, em tradução livre —, Campos Neto destaca que ainda há incertezas se esse pouso vai ser tranquilo, se referindo à política monetária norte-americana, que recentemente decidiu cortar os juros em 0,50 ponto percentual.
“Outro ponto relativo às eleições, quando olhamos para os candidatos, ambos os democratas e republicanos trazem três dimensões. Uma é relativa à imigração, outra sobre a expansão econômica e a terceira é assegurar protecionismo, e todas as três aumentam a inflação. Então, você tem esses três aspectos que aumentam a inflação e, à medida que as eleições se aproximam, isso certamente vai causar pressões no mercado”, avalia o presidente do BC.
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