“O futuro do comércio exterior do Brasil é o passado.” A afirmação é do presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), José Augusto de Castro, na abertura do Encontro Nacional de Comércio Exterior – ENAEX 2018, no Rio de Janeiro, essa manhã.
Castro disse que apesar dos superávits constantes na balança comercial, o país vem perdendo mercado por exportar basicamente commodities, produtos que, além de não contarem com valor agregado, sofrem forte influência externa. “Já em 2018 e em 2019 nossos indicadores vão apontar queda devido a situação econômica da Argentina, devemos fechar um saldo de U$ 56 bilhões esse ano contra os U$ 67 bilhões do ano passado”, previu.
Entre as razões do pessimismo, o presidente da AEB elencou o alto Custo Brasil – estimado em 30% em estudo da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimac) – que roubaria cerca de 2 milhões de empregos qualificados no país. Castro diz que o único caminho é promover reformas (tributária, previdenciária, entre outras) urgentemente, reduzir a burocracia, investir em infraestrutura e acabar com a insegurança jurídica que assustaria os mercados nacional e internacional.